Focus revela desconfiança do Governo e bolsa pressionada no curto prazo, diz gestor

Frente a cenário de incertezas, bolsa brasileira pode ter ficado barata, mas recuperação será à frente e na margem

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SÃO PAULO – Em meio à pressão exercida sobre a bolsa pelas incertezas relativas à economia doméstica, as projeções do relatório Focus divulgadas nesta segunda-feira (14) podem servir de termômetro, indicando a recepção fria do mercado ao anúncio do corte de US$ 50 bilhões no orçamento de 2011 pelo Governo.

Paulo Petrassi, sócio-gestor da Leme Investimentos, avalia que “a bolsa brasileira ficou barata”, dado que o Ibovespa registrou queda de 7,49% nos últimos 30 dias, tendo recuado mais que outros emergentes.

Neste cenário, o gestor crê que a recuperação do mercado de ações no Brasil acontecerá, ainda que de forma gradual e na medida com que surjam evidências de que o Governo realmente tem capital político e vontade para efetivar o corte recém anunciado.

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Recuperação gradual
Mas Petrassi alerta que, apesar de crer na recuperação dos índices acionários, a retomada irá ocorrer apenas na margem, sem grandes impulsos ou velocidade expressiva. As expectativas acerca da inflação e do PIB (Produto Interno Bruto) refletem dois fatores principais: o tamanho do corte e a capacidade do novo governo em efetivá-lo.

Foram divulgados poucos detalhes sobre como o plano será implantado, o que leva Petrassi a acreditar que o mercado só irá adquirir confiança no prestígio do governo Dilma Rousseff junto ao congresso na medida que a influência do Executivo se concretizar, o que deve ocorrer apenas no médio e longo prazos.

No mesmo sentido, Marimar Torreblanca, economista do UBS, afirma que a expectativa de alta da inflação só começará a ser contida conforme o Governo der provas de que é capaz de conter as despezas públicas.

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Mínimo será primeira prova de fogo
A aprovação do novo salário mínimo de R$ 545,00 na próxima quarta-feira (16) poderá ser a primeira grande prova da capacidade de articulação do Governo, o que pode contribuir para conter, na margem, as perspectivas de aceleração da inflação.

Nos últimos dias o Governo deu um sinal controverso, uma vez que anunciou estudar a ampliação do programa bolsa família, o que acarretaria em mais US$ 14 bilhões no orçamento da união, dobrando os gastos atuais do programa.

Relatório Focus
O relatório apontou redução das projeções de crescimento do PIB brasileiro neste ano, de 4,60% para 4,50%, além de indicar também aumento na expectativa para os principais índices de preços. 

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Já a mediana das projeções para o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) subiu pela décima semana consecutiva e agora a taxa esperada ao fim deste ano é de 5,75%, enquanto em 2012, a taxa acumulada seria de 4,70%.

Desta forma, a inflação ficaria 1,25 ponto percentual acima do centro da meta neste ano e 0,20 ponto percentual acima no próximo. Todo os outros índices de inflação contemplados no relatório tiveram suas projeções elevadas.

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