Fitch corta rating do Brasil de BBB- para BB+ e País vira “junk”; perspectiva é negativa

Segundo a Fitch destacou em relatório, o rebaixamento reflete a recessão da economia mais profunda do que anteriormente antecipado

Lara Rizério

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SÃO PAULO – A agência de classificação de risco Fitch Ratings cortou o rating do Brasil para grau especulativo, sendo a segunda agência que fez isso neste ano: a primeira agência foi a Standard & Poor’s, em setembro. A nota do Brasil foi rebaixada de BBB- para BB+ e a perspectiva é negativa. 

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Segundo a Fitch destacou em relatório, o rebaixamento reflete a recessão da economia mais profunda do que anteriormente antecipado, com os desenvolvimentos adversos do cenário fiscal e a incerteza política que pode minar ainda mais a capacidade do governo para implementar as medidas fiscais para estabilizar o crescente aumento da dívida pública. A perspectiva negativa reflete a continuidade da incerteza econômica, fiscal e política.  

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A deterioração doméstica é destacada pela Fitch como aumentando os desafios das autoridades em realizar políticas efetivas para aumentar a confiança e levar a um aumento das perspectivas de crescimento, consolidação fiscal e estabilização da dívida.

A Fitch ainda revisou as perspectivas para o PIB, prevendo uma contração de 3,7% em 2015 e de 2,5% em 2016, com riscos da economia se deteriorar ainda mais. O aumento da taxa de desemprego, as restrições para o crédito, a confiança em baixa, a alta inflação estão sendo fatores negativos para o consumo em meio ao cenário de incertezas, enquanto o setor de construção e os efeitos negativos das investigações de corrupção na Petrobras devem refletir ainda mais negativamente sobre o investimento. Além disso, o cenário externo segue bastante complicado para o País com a queda dos preços de commodities, assim como a desaceleração do crescimento econômico chinês. 

A agência também ressalta que as contínuas revisões sobre a meta fiscal (para baixo) minaram a credibilidade da política fiscal. Em meio a esse cenário, a Fitch prevê um déficit fiscal de 10% do PIB em 2015 e continuará elevado, para 7% no biênio 2016-2017. 

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A Fitch ainda falou que o recente processo de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff adiciona incerteza ao cenário político já adverso e leva à perspectiva de continuidade do impasse político. O resultado é incerto mas, no curto prazo, deve prejudicar ainda mais a aplicação de medidas corretivas para a economia. 


Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.