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SÃO PAULO – A escolha de Joaquim Levy para o ministério da Fazenda já suscita diversas reações dentro e fora do PT. Em matéria de hoje, o blog do Financial Times questiona se o PT, vitorioso nas últimas eleições, estará pronto para apoiar qualquer decisão de Dilma Rousseff para colocar Levy no ministério.
O blog destaca as especulações do mercado sobre o nome dele e o perfil de Levy que, com doutorado em economia pela Universidade de Chicago e sendo secretário do Tesouro de Lula em 2003, parece ser exatamente o tipo de profissional que os mercados estavam esperando. E, por outro lado, o PT mostra resistência ao seu nome.
Há um temor de que qualquer esforço por Levy para restaurar um superávit primário crível e, portanto, colocar o país no caminho certo para um crescimento econômico mais sustentável, viria ao custo do crescimento econômico de curto prazo e de maior desemprego. A outra preocupação em uma parte do PT é que todos os ministros da Fazenda até agora são membros do partido. Levy é um tecnocrata sem filiação partidária.
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Outra nomeação controversa é a de Kátia Abreu para o Ministério da Agricultura: sua nomeação será observado de perto pelos ambientalistas já preocupados com um aumento acentuado do desmatamento na Amazônia, e por ativistas em defesa dos pequenos agricultores e dos direitos indígenas.
No gabinete como um todo, só se pode esperar que se façam as decisões corretas, afirma o FT. O pragmatismo é a ordem do dia.
Mesmo com uma boa equipe, Dilma vai lutar em 2015, afirma o FT e também terá que lidar com o escândalo envolvendo a Petrobras.
O blog cita ainda a análise do Eurasia Group que afirma que, enquanto Dilma começará o seu segundo mandato com uma equipe mais forte ao seu redor, o ambiente político em 2015 vai ser traiçoeiro. Em primeiro lugar, seus índices de aprovação podem diminuir em meio a uma desaceleração mercado de trabalho e as demandas em meio ao crescimento lento a partir de uma classe média frustrada. “Sua equipe vai lhe dar alguma margem de manobra, mas não elimina a verdade fria de que no próximo ano ela precisa fazer um ajuste fiscal, precisamente quando os eleitores de classe média estão exigindo mais e melhores serviços públicos. Dado os baixos níveis de lealdade dentro de sua coalizão e a oposição encorajada, aprovar reformas no Congresso será muito difícil”.
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