FHC: “Sempre quisemos evitar que a Petrobras caísse nas garras dos políticos desonestos”

Com discurso contundente, o ex-presidente afirmou que sente vergonha do que está acontecendo com a estatal; durante evento do PSDB, o líder tucano destacou que foi um dos defensores da criação da Petrobras e que seu pai foi general do petróleo.

Lara Rizério

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SÃO PAULO – O ex-presidente da república, Fernando Henrique Cardoso, afirmou mais cedo durante ato político que reuniu líderes da cúpula do PSDB e militantes em São Paulo, que o seu partido sempre quis evitar que a Petrobras caísse nas “garras dos políticos desonestos”. Com discurso contundente, o ex-presidente afirmou que sente vergonha do que está acontecendo com a estatal. 

Durante o evento, o líder tucano destacou que foi um dos defensores da criação da Petrobras e que seu pai foi general do petróleo. “Fui tesoureiro da associação pró-Petrobras. Não venham dizer que quando fizemos a quebra do monopólio era para privatizar a empresa. Não, era para evitar que ela caísse, como caiu, nas garras dos partidos desonestos. Temos de resgatar nossa posição patriótica, nacionalista, mas não de cegos”, explicou o ex-presidente. “Nosso objetivo é evitar que o governo continue fazendo gol contra no Congresso”, emendou.

De acordo com FHC, a população terá que arcar com os montantes de todos os rombos dos cofres públicos, já que eles serão convertidos em impostos e pressionarão a inflação. “Quero ver essa gente governar, porque até o ministro da Casa Civil, Aloizio Mercadante, diz que a situação é séria e delicada. Vamos para as ruas e não vamos sair delas”, lamentou. 

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O líder tucano destacou que o país saiu com mais vigor dessa disputa eleitoral e reforçou que o desempenho de Aécio Neves, presidenciável do PSDB derrotado por Dilma Rousseff, do PT, representa uma grande vitória para a legenda. “Veja as fotografias do que são supostamente vitoriosos para ver as caras atormentadas porque não sabem o que vão fazer ou como irão construir um ministério e explicar os truques, como o de derrubar a Lei de Responsabilidade Fiscal e os dados da miséria”, criticou FHC. “Na eleição, o Brasil só que acabar com a ladroeira”, completou.

Além de defender o próprio legado, FHC manteve o discurso firme ao dizer que foi ele que começou em seu mandato a resgatar a miséria de muitos brasileiros com o Plano Real, que trouxe a estabilidade. “Não somos contra o Brasil, mas contra os desmandos dos que estão governando o País. Fizemos mais do que fez a Dilma e vem essa gente dizer que o PSDB não olha para o povo. Chega de mentiras”, explicou.

No mesmo evento, que reuniu 700 pessoas, Aécio e Aloysio Nunes, também do PSDB e que foi companheiro do ex-governador mineiro na chapa presidencial como vice-presidente,  deram ênfase às prisões de hoje decorrentes da Operação Lava Jato, em meio ao escândalo de corrupção na Petrobras. 
Na saída do evento, Aloysio foi irônico sobre as prisões: “a casa caiu”. Antes disso, o candidato derrotado no segundo turno das eleições, Aécio, falou: “tem muita gente sem dormir em Brasília. A Petrobras incorpora à sua belíssima história a marca perversa da corrupção em razão das ações desse governo”.
 
O evento superlotou o auditório do cinema da Livraria Cultura, no Conjunto Nacional (na Avenida Paulista, em São Paulo). Na saída, houve tumulto e Aécio foi seguido até o estacionamento, em meio a pedidos de selfie e aos gritos de “Aécio presidente”. 

Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.