FHC rebate Lula e diz que suspeitas envolvendo a Petrobras são “espantosas”

O ex-presidente tucano negou que a oposição queira transformar a CPI em arma eleitoral, como acusou Lula

Lara Rizério

Publicidade

SÃO PAULO – O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso rebateu na última terça-feira (8) as críticas do ex-presidente Lula à pressão da oposição para a instalação da CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) da Petrobras (PETR3;PETR4). “Se ele (Lula) conseguir demonstrar que está tudo certo, é bom para o Brasil. É difícil. Ele está se propondo a uma tarefa ambiciosa “, disse.

O ex-presidente tucano negou que a oposição queira transformar a CPI em arma eleitoral, como acusou Lula. “A oposição fica surpresa, pelo menos eu, em ver a que ponto chegamos. Se for verdade tudo o que está sendo publicado, é espantoso. A oposição deve verificar os fatos. E, ao contrário do que o Lula está dizendo, não deve usar como bandeira política. É uma coisa de interesse nacional. Tem que buscar os fatos e corrigi-los”, afirmou.

FHC afirmou ainda que as críticas de Dilma e Lula à oposição devem ter efeito negativo para o governo, destacando que insistir na tese de uso político “dá a sensação de despistamento” e só “piora” . 

Masterclass

O Poder da Renda Fixa Turbo

Aprenda na prática como aumentar o seu patrimônio com rentabilidade, simplicidade e segurança (e ainda ganhe 02 presentes do InfoMoney)

E-mail inválido!

Ao informar os dados, você concorda com a nossa Política de Privacidade.

FHC ampliou ainda mais as críticas e disse que o governo não deve explicar apenas a compra da refinaria de Pasadena, mas também a política energética. “Não só a questão interna, de um negócio malfeito, mas a política energética. Seguraram o preço da gasolina, arrebentaram com o etanol. A Petrobras perdeu valor. Por alguma razão terá acontecido isso”, disse.

O ex-presidente ainda afirmou acreditar que a presidente Dilma e a presidente da Petrobras, Graça Foster, não têm responsabilidade por irregularidades na estatal. “Ninguém está acusando diretamente o governo ou a Dilma de ter feito isso ou aquilo. Provavelmente, ela tentou até o oposto”. 

Estratégia
Na última segunda-feira, a presidente Dilma disse em discurso que as suspeitas que envolvem a Petrobras são uma tentativa de atingir a sua campanha à reeleição, de acordo com informações do jornal O Estado de S. Paulo

Continua depois da publicidade

A presidente destacou que a estratégia de desgastar o governo é recorrente em período pré-eleitoral e ressaltou ainda a mesma estratégia na campanha à reeleição do ex-presidente Lula em 2006, avaliando que se utiliza todos os instrumentos possíveis para desgatar esse ou aquele governo.

“Nós temos experiência disso, porque nós já enfrentamos isso em 2006, na reeleição do Lula, e em 2010, na minha eleição.” De acordo com interlocutores do Planalto ouvidos pelo jornal, a tática de atrelar o caso às eleições foi traçada foi definida por Dilma em conversa com Lula na última semana. A presidente reforçará, sem muitas explicações técnicas, o discurso de que as suspeitas fazem parte do jogo eleitoral e prometeu não recuar na disputa política. 

Em entrevista a blogueiros na véspera, Lula mencionou interesses políticos de quem quer criar a CPI no Congresso – gente que “nunca quis criar CPI, para nada” – e afirma que “não adianta comparar” o valor que a empresa tem hoje e durante o governo FHC. “Se ela vale R$ 98 bilhões hoje, ela valia R$ 15 bilhões durante o governo FHC”, lembrou Lula. “O que as pessoas não aceitam? Que a gente fez o regime de partilha”, acrescentou, sobre o modelo de extração de petróleo adotada para o pré-sal. “E muitos desses queriam privatizar a Petrobras há pouco tempo”, atacou ainda o ex-presidente.

(Com informações do Brasil 247)

Newsletter

Infomorning

Receba no seu e-mail logo pela manhã as notícias que vão mexer com os mercados, com os seus investimentos e o seu bolso durante o dia

E-mail inválido!

Ao informar os dados, você concorda com a nossa Política de Privacidade.

Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.