FHC diz por que Brasil perdeu o rumo e dispara: “Aécio pode dramatizar caso Petrobras”

Em palestra no Lide, o ex-presidente ressaltou ainda ser um homem que acredita no Brasil e que é preciso ter indignação quando o Brasil perde o rumo

Lara Rizério

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SÃO PAULO – De acordo com o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, a campanha do seu candidato Aécio Neves (PSDB) pode dramatizar nas eleições, principalmente com relação ao escândalo da Petrobras que ganhou destaque nas últimas semanas com o vazamento de declarações de Paulo Roberto Costa, ex-diretor de abastecimento da estatal.

O ex-presidente questionou, durante palestra no LIDE, por que Aécio não pode dramatizar e fez duas comparações sobre o assunto. A primeira com o episódio do mensalão, dizendo que, sem a performance do ex-deputado Roberto Jefferson (PTB), que denunciou o esquema de compra de votos durante o governo Lula, o mensalão não teria repercussão parecida.

Aliás, Fernando Henrique dirigiu as suas críticas mais contundentes aos escândalos que assolam a Petrobras. Ele disse que há pessoas más em todos os partidos, o problema é a visão, é subordinar a produção, a política e a vida cotidiana do País a isso, pois hoje tudo se subordina ao partido. “E não estamos falando apenas em crescer o PIB, mas é crescer de maneira decente.” E continuou: “E por falar em matéria de decência, nem se fala. O que estamos assistindo é vergonhoso, os donos do poder são responsáveis quando a corrupção é sistêmica e no Brasil ela é sistêmica, não é possível o que está ocorrendo na Petrobras.”

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Ao falar do escândalo que envolve a estatal brasileira, o ex-presidente tucano disse que é impossível que os que estão no comando (do País) nunca tenham visto isso. “Ou é incompetente ou conivente”, disse, mas eximiu a presidente Dilma Rousseff (PT) de alguma participação neste imbróglio. “Não acredito que ela esteja envolvida”, emendou, mas disse que é preciso cobrar que tudo seja investigado e os responsáveis punidos. Nas críticas, FHC disse que está ocorrendo um verdadeiro assalto aos cofres públicos do País.

Para o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, a campanha do candidato do seu partido à Presidência, Aécio Neves (PSDB), precisa “dramatizar”, principalmente a respeito do escândalo da Petrobras, para que as críticas ao governo tenham efeito eleitoral e ajude o tucano a subir nas pesquisas. Para tanto, FHC fez duas comparações.

Em segundo lugar, o ex-presidente lembrou que Marina Silva (PSB) reagiu também “de forma dramática” quando a campanha de Dilma sugeriu que, caso Marina fosse eleita, poderia acabar com o Bolsa Família, destacando o seu programa eleitoral. 

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Por que o Brasil está perdendo o rumo, segundo FHC
FHC ressaltou ainda ser um homem que acredita no Brasil e que, apesar disso,é preciso ter indignação quando o Brasil perde o rumo. “E o Brasil está começando a perder o rumo”, frisou.

Na palestra, o ex-presidente da República lembrou que, ao assumir o País, depois de alguns escândalos que o Congresso Nacional enfrentou, como o dos “anões do orçamento”, levou um grupo competente de pessoas para fazer a nação funcionar. “Em 93 e 94, juntamos um grupo de pessoas e batalhamos contra quase todo mundo porque não se acreditava que fosse possível colocar em ordem as finanças do País.” E disse que sua gestão decidiu remar contra a maré e combater a alta inflacionária.

Fernando Henrique criticou a política externa praticada na gestão petista, dizendo que “nos dias atuais, o coração dos que estão no governo bate no mesmo ritmo de países como Bolívia e Argentina”. E disse que a política externa petista fez o Brasil perder o rumo no mundo.

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“O Brasil se isolou no mundo”, afirmou. Contudo, disse que o governo do PT agiu certo na crise econômica. “Mas fomos perdendo o modelo, passamos a ser um País com vocação para terceiro-mundismo. Perder o rumo é grave porque vai condicionar os passos futuros do País.”

Eleições
Para reforçar que o cenário eleitoral pode mudar a qualquer momento, numa referência indireta ao seu correligionário Aécio, que perdeu o segundo lugar nas pesquisas de intenção de voto com a entrada da ex-senadora Marina Silva como cabeça de chapa do PSB, após a morte de Eduardo Campos, Fernando Henrique disse que nas eleições em que assumiu o País, em determinado momento da disputa, não acreditava que iria conseguir vencer o petista Luiz Inácio Lula da Silva. “Mas tive garra”, disse.

Ele disse ainda que a eleição se ganha no dia. “Perdi a eleição para o Jânio Quadros (ex-prefeito de São Paulo) no dia”, e brincou que perder aquela eleição foi bom porque depois virou presidente da República. Aos empresários, FHC disse que é preciso pensar bem na hora do voto, porque é o futuro do País que está em jogo. “Queremos um Brasil da confiança e da dignidade.” Reiterou que continua acreditando muito no Brasil, porém, é preciso fazer as mudanças necessárias.

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FHC ressaltou que apoia Aécio Neves porque ele pode unir toda essa nova energia, com confiança, e fazer as coisas que o País precisa e ainda disse que o correligionário tucano tem as melhores propostas.

(Com Agência Estado)

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Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.