Fernando Collor chama Janot de “figura tosca” e “fascista” na tribuna do Senado

O senador ainda defendeu que seja rejeitada a recondução de Janot, a quem chamou também de "sujeitinho a toa"

Lara Rizério

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Em discurso na tribuna do Senado, o senador Fernando Collor (PTB-AL) qualificou de arbitrariedade a decisão do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, de entrar com denúncia contra ele junto ao Supremo Tribunal Federal (STF) sem que antes tenha sido ouvido sobre os atos ilícitos a ele atribuídos. Na última quinta-feira (20), o senador foi denunciado por Janot por suposto envolvimento na escândalo da Lava Jato. No mesmo dia foi denunciado o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha. 

Em novo discurso, Collor atacou o procurador-geral, chamando-o de “fascista” e de “figura tosca”. O senador ainda defendeu que seja rejeitada a recondução de Janot, a quem chamou também de “sujeitinho a toa”. 

“É esse tipo, sujeitinho a toa, de procurador-geral da Republica, da botoeira de Janot, que queremos entregar à sociedade brasileira? Possui ele a estabilidade emocional, a sobriedade que sempre lhe falta nas vespertinas reuniões que ele realiza na procuradoria? Possui ele a estabilidade emocional, repito, a sobriedade, o perfil democrático e mais do que isso, esta ele dotado da conduta moral que se exige para um cargo como esse? Não senhoras e senhores. Não me parece ser este o caso”, afirmou Collor. 

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Arbitrariedades

Fernando Collor também acusou Rodrigo Janot de arbitrariedades e abuso de poder, citando, como exemplo, o vazamento de informações sobre processo que correm em segredo de justiça e a realização de busca e apreensão em sua residência funcional, em Brasília, sem apresentar o mandato e sem qualquer comunicação prévia ao Senado.

Segundo Collor, que mostrou ao Plenário um vídeo com o momento da entrada da Polícia Federal em seu apartamento, policiais legislativos do Senado teriam que acompanhar a operação, mas foram impedidos de entrar no imóvel, o que, em sua visão, representa um ato grave praticado por Rodrigo Janot contra o Senado. Por isso, ele pediu à Comissão de Diretora do Senado para que o episódio seja apurado.

“Trata-se afinal de um fascista. Trata-se o senhor Rodrigo Janot de um fascista da pior extração e cuja linhagem pode ser refletida nas palavras de Plutarco: “Nada revela mais o caráter de um homem do que seu modo de se comportar quando detém um poder e uma autoridade sobre os outros: essas duas prerrogativas despertam toda paixão e revelam todo vício”, afirmou.

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Denúncia

O senador disse ainda que desconhece inteiramente a denúncia contra ele feita por Janot porque até agora nem ele nem seus advogados puderam ter acesso aos fatos elencados pelo procurador-geral da República.

Collor declarou que foi chamado duas vezes para depor, mas nas duas vezes o depoimento foi cancelado. Também reclamou que a Procuradoria Geral da República tenha oferecido denúncia contra ele na quinta-feira passada mesmo sabendo que seu depoimento já estava marcado.

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“Por que não quiseram me ouvir? Por que não me deram a chance de explicações ainda no decorrer e nos autos das investigações? Como podem  oferecer denúncia contra alguém sem ao menos ouvi-lo? Esta prática está dentro dos preceitos legais básicos do direito? Está dentro dos consagrados fundamentos da justiça? Onde foi parar, neste caso, o direito de ampla defesa? Onde foi parar o contraditório? E a presunção de inocência?”, reclamou.

(Com Agência Senado) 

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Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.