Fazenda indefinida, adiamento de reajuste: governo perde chance de benefício da dúvida

Com o adiamento do reajuste de combustíveis da Petrobras, mercado reduz expectativas com melhora em relação ao governo, afirma XP Investimentos; soma-se a isso o cenário de indefinição para o ministério da Fazenda

Lara Rizério

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SÃO PAULO – O reajuste de combustíveis pela Petrobras (PETR3;PETR4), que é aguardado ansiosamente desde a última sexta-feira, não aconteceu ontem. E, somado ao cenário de indefinição sobre o ministério da fazenda, o cenário que vem se desenhando no pós-eleição não é o dos mais animadores para o mercado, apesar das sinalizações iniciais de um governo que conversaria mais com os investidores. 

“Com o adiamento do reajuste de combustíveis da Petrobras, mercado reduz expectativas com melhora em relação ao governo”, afirma a equipe de análise da XP Investimentos, ressaltando que o governo não aproveitou o voto de confiança que boa parte dos investidores tem dado em relação ao governo reeleito. 

A XP ressalta que ainda a difícil situação econômica do Brasil, com uma combinação de inflação elevada, estagnação, juros em alta e déficit recorde das contas públicas. “Em suma, mudanças precisam ser anunciadas o mais rapidamente possível, pois as agências de rating estão batendo a nossa porta e mercado não dará, novamente, o benefício da dúvida. Governo precisa recuperar a credibilidade”. 

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Além disso, avalia, um reajuste de preços de combustíveis não resolve o problema do alto endividamento da Petrobras, sendo que a questão sobre a metodologia e previsibilidade de preços é mais importante. “Hoje os preços da gasolina e diesel apresentam uma diferença de apenas 1,3% e 1,9%, respectivamente. Ou seja, atualmente não precisaria de reajuste de preços, mas sim uma metodologia clara de preços de combustíveis que não deverá vir, probabilidade muito baixa disto ocorrer”, afirma.

A expectativa é de que um novo encontro do conselho seja realizado no dia 14, quando, além do reajuste, é também esperada a divulgação do balanço financeiro referente ao terceiro trimestre, de acordo com informações da Agência Estado. 

Cabe ressaltar ainda o impasse sobre a divulgação dos resultados, após a auditora PwC ter se recusado a aprovar o balanço se o presidente da Transpetro, Sérgio Machado, não fosse demitido. Machado foi citado pelo ex-diretor de abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa em depoimento em que o envolvia no esquema de corrupção da estatal. 

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Além disso, as dúvidas sobre quem será o novo ministro da Fazenda pairam sobre Dilma. Enquanto Lula insiste em Henrique Meirelles, alguns integrantes do PT mostram divergência quanto ao nome, assim como a própria Dilma, que faz algumas ressalvas sobre o ex-presidente do Banco Central. O anúncio do nome pode ser adiado para depois da cúpula do G-20

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Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.