Família de Zambelli segue em imóvel funcional da Câmara e multa pode somar R$ 11 mil

Parlamentar está foragida há mais de um mês e descumpriu prazo para deixar apartamento oficial em Brasília

Marina Verenicz

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A deputada federal licenciada Carla Zambelli (PL-SP), foragida da Justiça desde junho, ainda mantém sua família residindo no apartamento funcional da Câmara dos Deputados, em Brasília. A informação foi confirmada pelo O Globo.

O prazo para desocupação do imóvel terminou na última sexta-feira (5), mas a parlamentar não cumpriu a determinação. Se o regimento interno da Casa for seguido, ela já acumula uma dívida superior a R$ 5 mil, valor que pode ultrapassar R$ 11,6 mil até o fim do mês.

Segundo as regras da Câmara, parlamentares licenciados por motivos particulares têm 30 dias para deixar os imóveis funcionais. No caso de Zambelli, que protocolou o afastamento em 5 de junho, o prazo expirou na sexta-feira passada.

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O descumprimento implica multa equivalente ao valor do auxílio-moradia (R$ 4.253), acrescida de indenização diária de R$ 283,53, proporcional a 2/30 do benefício.

A assessoria da deputada afirma que ela não foi notificada oficialmente sobre a necessidade de deixar o imóvel.

Um mês foragida

Zambelli completou um mês como foragida da Justiça brasileira na última quinta-feira (3). A deputada fugiu do país após ser condenada a 10 anos de prisão pelo STF e à perda de mandato, por envolvimento na invasão dos sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), ao lado do hacker Walter Delgatti. Ela também se tornou inelegível por oito anos.

Oficialmente licenciada do cargo, Zambelli deixou o Brasil em 25 de maio por Foz do Iguaçu (PR), cruzando a fronteira com a Argentina por um ponto sem controle migratório. Em seguida, embarcou de Buenos Aires para os Estados Unidos e, de lá, anunciou a fuga em vídeo publicado nas redes sociais. No dia seguinte, Moraes decretou sua prisão preventiva a pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR).

A deputada revelou que seguiria para a Itália, país do qual possui cidadania. No entanto, com a inclusão de seu nome na lista vermelha da Interpol, ela poderá ser detida mesmo em território europeu. Desde então, autoridades brasileiras e a Polícia Federal seguem tentando rastrear seu paradeiro.