Família autoriza doação de órgãos de Marisa Letícia após exame apontar morte cerebral

Ex-primeira dama foi internada em 24 de janeiro, após sofrer um AVC

Mário Braga

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SÃO PAULO – A família do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva autorizou na manhã desta quinta-feira (2) os procedimentos preparativos para doação de órgãos da ex-primeira dama Marisa Letícia Lula da Silva, 66, após um exame indicar morte cerebral. Em nota publicada nos perfis do petista nas redes sociais, a família agradece “todas as manifestações de carinho e solidariedade recebidas nesses últimos 10 dias”.

Marisa havia sido internada no hospital Sírio-Libanês no última dia 24, após sofrer um AVC (Acidente Vascular Cerebral). Na noite desta quarta-feira (1º), o cardiologista Roberto Kalil Filho, chefe da equipe responsável pela ex-primeira dama, já havia afirmado que o estado de saúde dela havia piorado e se tornado “irreversível”.

No início da semana, os médicos diminuíram a quantidade de sedativos medicados à esposa do ex-presidente, mas a pressão intracraniana e a inflamação no cérebro aumentaram. De acordo com o médico, um exame revelou que a circulação de sangue e, consequentemente, a oxigenação no cérebro de Marisa Letícia estavam em níveis mínimos.

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Homenagens
Após a confirmação da decisão da família do ex-presidente Lula, a sessão para a escolha do novo presidente da Câmara dos Deputados, em Brasília, foi interrompida e os parlamentares fizeram um minuto de silêncio. Pouco depois das 11h, a página do ex-presidente no Facebook atualizou a foto para uma imagem de Lula com Marisa.

Biografia
Marisa Letícia Lula da Silva nasceu em São Bernardo do Campo (SP), em 1950, sob o nome de Marisa Letícia Casa. Começou a trabalhar aos nove anos, como babá na casa de um sobrinho do pintor Cândido Portinari. Cresceu em uma família de onze irmãos e casou-se aos 19 anos com o taxista Marcos Cláudio da Silva. Três meses depois e grávida do primeiro filho, Marisa viu-se viúva após Marcos Cláudio ser assassinado durante um assalto.

Em 1973 conheceu Lula no Sindicato dos Metalúrgicos de São Bernardo. Casaram-se sete meses depois. Com Lula, teve três filhos. Também compõem a família Marcos, filho do primeiro marido, e a enteada Lurian, filha de outro relacionamento de Lula. Marisa esteve ao lado de Lula durante sua ascensão política, desde os tempos de sindicato, passando pela fundação do PT – que ajudou a criar – até a presidência da República, em 2003.

Marisa foi condecorada, em 2003, com a Grã-Cruz da Ordem do Mérito Real, concedida pelo rei Haroldo V e a rainha Sônia da Noruega, durante a visita ao Brasil. Também foi condecorada por Portugal com a Ordem da Liberdade, também em 2003, e a Ordem Militar de Cristo, em 2008.

Durante os anos no Palácio da Alvorada, Marisa não encabeçou projetos sociais, função comum às primeiras-damas anteriores, e deixava os holofotes para o marido. Mas durante as corridas presidenciais participava, junto com ele, de comícios, passeatas e outros compromissos de campanha. Em 2011, incentivou Lula a realizar os exames que descobriram um câncer na laringe. Foi Marisa que cortou os cabelos e a barba do marido, antecipando os efeitos da quimioterapia.

Em 2016, a ex-primeira dama viu seu nome envolvido nas investigações da Operação Lava Jato. Tornou-se ré nas investigações após a Justiça acatar a denúncia do Ministério Público Federal contra ela e Lula no caso do triplex no Guarujá (SP). Mesmo aceitando a denúncia, o juiz Sérgio Moro “lamentou” as acusações envolvendo Marisa Letícia. Segundo o juiz, há dúvidas se a esposa de Lula tinha conhecimento dos supostos crimes envolvendo acertos de propina no esquema da Petrobras.

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