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SÃO PAULO – Após uma semana caótica no mercado, com o Ibovespa caindo 2,51% pressionando pelo cenário externo, que azedou diante da alta dos Treasuries, levando o dólar a disparar para quase R$ 3,80, a bolsa e o câmbio terão novos testes nos próximos dias. Além disso, os investidores terão novidades sobre os planos do Banco Central após a surpreendente decisão do Copom de manter a Selic em 6,50% ao ano.
Na terça-feira (22), o BC divulga a ata da última reunião do Comitê de Política Monetária e deve dar mais detalhes sobre a decisão da última quarta. A expectativa sobre o documento é elevada, pois o comitê deve explicitar de forma mais clara a mudança em seu comportamento, que a princípio dá maior peso para o seu balanço de riscos, que se deteriorou
recentemente com a disparada do dólar, em vez dos dados correntes de inflação e atividade.
No dia seguinte, o IBGE divulga o IPCA-15 referente ao mês de maio. A GO Associados projeta alta de 0,30%, mantendo o acumulado em 12 meses abaixo do piso da meta de 3,0%, em 2,87%. Segundo os economistas, a prévia da inflação mostrará algumas pressões pontuais, que não alteram o cenário inflacionário benigno.
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Por fim, um ponto bastante importante será a discussão entre a União e Petrobras sobre a cessão onerosa, que acabou não sendo definido no prazo estabelecido, que se encerrou na quinta-feira (17) e ficou para os próximos dias. A Petrobras explora desde 2010 algumas áreas do pré-sal, sem ter realizado leilão na época, mas tendo pago a quantia de R$ 74,8 bilhões ao Tesouro, quantia considerada excessiva pela empresa nos dias atuais. O acordo é necessário para que a União possa realizar novos leilões das áreas, que podem render até R$ 100 bilhões aos cofres públicos.
Agenda externa
Nos Estados Unidos, enquanto o mundo todo fica atento ao dólar, que tem disparado contra praticamente todas as moedas globais, a próxima semana pode dar mais indícios sobre o andamento da alta de juros no país. Na quarta-feira (23) será divulgada a ata da última reunião do Fomc, realizada nos dias 1 e 2 de maio, que deve ajudar a indicar qual o cenário mais provável para o ano, 3 ou 4 altas de juros.
A atividade crescendo em um ritmo consistente, aliado a baixa taxa de desemprego e pressões de custo, em especial o aumento do preço do barril do petróleo, tem levado o mercado a aumentar a probabilidade de altas dos juros nos EUA este ano. Esta semana, pela primeira vez no ano, o mercado precificou como mais provável 4 altas de juros em vez de 3. Além disso, serão divulgados os dados da sondagem da indústria e dos serviços (PMI), todos na quarta.
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Na Europa, os olhares devem continuar atentos ao desdobramento do novo governo italiano, formado pela coalização entre o Movimento 5 Estrelas e o Liga, que propõe uma pauta populista de redução de impostos e aumento dos gastos para estimular a economia italiana e a redução da dívida pública, o que tem gerado tensão na região.
Na agenda de indicadores, a sondagem PMI de atividade será publicada na quarta-feria. “Num contexto no qual a recuperação frustrou no primeiro trimestre do ano, a expectativa é que os índices PMI mantenham a tendência baixista, entretanto permanecendo próximo aos 50 pontos que representa estabilidade na atividade econômica”, afirmam os analistas da GO Associados.
Para conferir a agenda completa de indicadores, clique aqui.
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