Ex-vice de Bolsonaro, Mourão critica Lula por fala sobre Venezuela: “Lado errado da história”

Em discurso na tribuna do Senado, senador Hamilton Mourão (Republicanos-RJ) criticou declarações de Lula nas quais o presidente brasileiro minimiza a possibilidade de fraude nas eleições venezuelanas

Equipe InfoMoney

Hamilton Mourão (Republicanos-RS), senador da República (Foto: Geraldo Magela/Agência Senado)

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Em pronunciamento no plenário do Senado, na quinta-feira (7), o senador Hamilton Mourão (Republicanos-RS) criticou declaração do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sobre o processo eleitoral na Venezuela.

Nesta semana, Lula foi questionado por jornalistas se confiava que as eleições na Venezuela seriam justas e a disputa teria candidatos da oposição. O presidente brasileiro afirmou ter sido informado de que serão convidados observadores do mundo inteiro para acompanhar o processo, mas ponderou: “Se o candidato da oposição tiver o mesmo comportamento que o nosso daqui, nada vale”.

Mourão avaliou que a Venezuela não realiza eleições livres e destacou que o Brasil não pode apoiar um país que vive sob a influência de um “regime ditatorial” que busca se preservar com o apoio das Forças Armadas.

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“O Brasil, que sempre esteve do lado certo da história, não pode se colocar agora do lado errado da história, apoiar e dizer que o que vai acontecer naquele país está de acordo com os princípios democráticos que nós praticamos”, afirmou o senador, que foi vice-presidente da República durante o governo de Jair Bolsonaro (PL).

“[Nicolás] Maduro está há 11 anos no poder. As perseguições são incansáveis. As principais lideranças políticas se exilaram ou estão presas. Hoje, nós temos em torno de 300 presos políticos na Venezuela”, completou Mourão.

O senador destacou a expansão do regime venezuelano nos últimos 25 anos, ressaltando o aumento do número de juízes da Suprema Corte, a criação de uma nova Constituição, o Legislativo unicameral e a consolidação de cinco Poderes, incluindo o Poder Eleitoral e o Poder Cidadão. O parlamentar também mencionou perseguição e prisão de lideranças políticas, além da deterioração econômica, exposta pela saída de mais de 8 milhões de venezuelanos do país.

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“Muitos deles vivendo aqui, no nosso Brasil, em situação muito ruim. A gente anda pelas nossas cidades e vê venezuelanos em situação de mendicância pela dificuldade que têm de serem alocados em empregos aqui, no nosso país, e isso ocorre em outros países”, concluiu Mourão.

Opositora de Maduro rebate Lula

A principal liderança da oposição ao governo, María Corina Machado, foi inabilitada para cargos públicos por 15 anos pelo Supremo Tribunal de Justiça da Venezuela (TSJ), totalmente controlado pelo regime chavista. Com isso, ela está impedida de disputar as eleições.

Em entrevista concedida ao lado do primeiro-ministro da Espanha, Pedro Sánchez, na quarta-feira (6), Lula não citou o nome de María Corina, mas comparou a situação à do próprio petista, que ficou inelegível em 2018 – condenado por corrupção no âmbito da Operação Lava Jato – e não pôde disputar o Palácio do Planalto.

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“Aqui neste país eu fui impedido de concorrer nas eleições de 2018. Ao invés de ficar chorando, eu indiquei um outro candidato, que disputou as eleições”, afirmou Lula. “Na Venezuela, estão marcadas as eleições para o dia 28 de julho. Agora, a pergunta é se a eleição vai ser honesta ou não. Eu espero que as eleições sejam as mais democráticas possíveis”, completou.

As declarações de Lula repercutiram de forma imediata na Venezuela. Em uma mensagem publicada em sua conta oficial no X (antigo Twitter), a líder da oposição a Maduro subiu o tom contra o presidente brasileiro.

“Eu chorando, presidente Lula? Você está dizendo isso porque sou mulher? Você não me conhece. Luto para fazer valer o direito de milhões de venezuelanos que votaram em mim nas primárias e dos milhões que têm o direito de fazê-lo numa eleição presidencial livre em que derrotarei Maduro”, escreveu Corina.

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“Você está validando os abusos de um autocrata que viola a Constituição e o Acordo de Barbados que afirma apoiar. A única verdade é que Maduro tem medo de me confrontar porque sabe que o povo venezuelano está hoje na rua comigo”, completou.

Em 2018, Lula foi condenado a 12 anos de prisão por corrupção passiva e lavagem de dinheiro. As condenações foram anuladas pelo Supremo Tribunal Federal (STF) em 2021, pois o tribunal entendeu que o ex-juiz Sergio Moro era incompetente e parcial para julgar o caso. Com as decisões do STF, Lula recuperou os direitos políticos, se candidatou à Presidência em 2022 e foi eleito.

(Com Agência Senado)

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