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SÃO PAULO – O ex-secretário do Tesouro, Arno Augustin, em seu último dia de trabalho, assinou documento no qual assumiu a responsabilidade pelas “pedaladas fiscais”, conforme foi divulgado pelo jornal Valor Econômico de sexta-feira.
Augustin explicou na nota, de 12 tópicos, que cabia a ele a decisão final sobre valores que serão repassados a ministérios e bancos federais, o que dificultaria uma ligação direta entre a presidente Dilma Rousseff e as irregularidades do governo em 2014.
Contudo, de acordo com o compilado pelo jornal Folha de S. Paulo, as “pedaladas” do governo Dilma continuaram neste ano. Este tipo de operação consiste em atrasar o repasse do Tesouro para os bancos públicos do dinheiro necessário para o pagamento de benefícios sociais ou financiamento de investimentos a juros mais baixos, o que ajudaria a melhorar artificialmente as contas do governo.
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Só no primeiro trimestre de 2015, a dívida do governo com a Caixa Econômica Federal e o Banco do Brasil (BBAS3) cresceu mais de R$ 2 bilhões com o represamento, chegando a R$ 19 bilhões no fim de março.
O Tesouro devia, no final do ano passado, R$ 26,2 bilhões ao BNDES; o dado de 2015 ainda não foi divulgado mas, segundo técnicos do governo, o valor também cresceu. O Tesouro não nega que houve aumento da dívida, mas afirmou que está pagando os bancos segundo o previsto pelo Orçamento, afirma o jornal.