Ex-presidente do BC diz que juro não cai com atual patamar de gastos públicos

Gustavo Franco também não espera mudanças em termos de política fiscal e monetária no próximo governo

Julia Ramos M. Leite

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SÃO PAULO – O novo governo não deve trazer muita coisa de novo em termos de política fiscal e monetária. Essa é a opinião do ex-presidente do Banco Central e sócio da Rio Bravo Investimentos, Gustavo Franco.

“É uma tensão permanente entre política fiscal e a monetária, mas não há nada de novo nisso (…) Sempre há um ministro gastador e um com a postura contrária. E os presidentes gostam de ouvir as duas opiniões”, explicou Franco no Brazil Investment Summit. “É quase uma lei da política brasileira, e eu não esperaria nada de diferente no próximo governo”.

Para ele, a experiência e o ciclo político apontam para um controle de gastos maior no início do governo, para evitar uma perda de controle do lado inflacionário. “Ou bem vamos ver um pé no freio na política fiscal ou o BC sobe os juros – não tem muito para onde correr”, apontou, lembrando que a economia já está em zona de superaquecimento.

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Perguntado sobre quem colocaria à frente do Ministério da Fazenda e do Banco Central, Franco afirmou que não faria mudanças, deixando tudo como está: Guido Mantega na Fazenda e Henrique Meirelles no BC.

O cenário base do economista para o início de governo também não traz grandes mudanças – a não ser a volta do ciclo contracionista da política. “O normal será uma contração fiscal para colocar as coisas em ordem”. 

Já em relação à taxa básica de juro, Franco lembra que com o atual nível de gastos públicos, não há como reduzir a taxa Selic – pelo contrário. “Com esse nível de gasto público, estamos convidando o BC – o ministro da Fazenda está convidando – a elevar o juro básico”, explica. “Se o gasto público for reduzido, o BC pode manter ou até mesmo baixar a taxa de juro. Tomara que seja assim”. 

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