Ex-diretor da Petrobras entrega nome de mais de 50 políticos e até ministro em delação

Segundo a Revista Veja, houve propina na compra da refinaria de Pasadena; pelo menos três partidos estariam envolvidos em ilegalidades

Rodrigo Tolotti

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SÃO PAULO – No fim da tarde desta sexta-feira (5), diversos veículos de comunicação começaram a informar que o ex-diretor da Petrobras (PETR3; PETR4), Paulo Roberto Costa, delatou pelo menos 50 políticos no início de sua delação premiada. As informações ainda são divergentes e segundo a Revista Veja anunciou em sua página no Facebook que a edição deste final de semana apresentará os nomes dos envolvidos.

Em prévia divulgada pela Veja em seu site, a publicação afirmou que os depoimentos de Paulo Roberto Costa estão sendo registrados em vídeo e que até metade da semana passada já havia pelo menos 42 horas de gravação. “Aos investigadores, ele disse que três governadores, seis senadores, um ministro de Estado e pelo menos 25 deputados federais embolsaram ou tiraram proveito de parte do dinheiro roubado dos cofres da estatal”, afirma a Veja. Como mostra a capa da revista, o dinheiro das propinas ainda sustentariam a base aliada do PT no Congresso.

Já a Folha de S. Paulo disse que três partidos estariam envolvidos, o PT, PMDB e PP. De acordo com o jornal, os políticos receberiam 3% do valor dos contratos da Petrobras no período em que ele estava na companhia, entre 2004 e 2012. Enquanto isso, o Estado de S. Paulo afirmou que seriam 5 partidos envolvidos, mas citou apenas o PMDB.

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De acordo com o Estadão, Paulo Roberto disse que houve a formação de um cartel de empreiteiras dentro da Petrobras, envolvendo praticamente todas as áreas da companhia. Segundo a publicação, diversos partidos se beneficiavam de recursos desviados por meio de comissões em contratos arranjados.

Ainda segundo o Estadão, o nome do presidente do Senado, Renan Calheiros teria sido mencionado nos depoimentos. A publicação afirma que um dos negócios envolvendo o político seria um acerto com o doleiro Alberto Youssef para que o Postalis comprasse R$ 50 milhões emitidos da Marsans Viagens e Turismo, que tinha o doleiro como um dos investidores. Além dele, a empresa UTC Engenharia também foi citada pelo executivo como integrante do esquema de desviou recursos em contratos da Petrobras.

O jornal também afirmou que foram citados vários parlamentares, entre eles o tesoureiro do PT, João Vaccari, os deputados André Vargas, Luiz Argolo e o senador Fernando Collor de Mello, do PTB de Alagoas.

O acordo para a delação premiada foi feito no último dia 22 de agosto e rumores afirmam que Paulo Roberto teria dito na prisão que caso contasse tudo que sabe sobre as ilegalidades “não ocorreria eleição neste ano”. As informações da delação são sigilosas, e em troca, o executivo deve ter sua pena reduzida drasticamente.

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Rodrigo Tolotti

Repórter de mercados do InfoMoney, escreve matérias sobre ações, câmbio, empresas, economia e política. Responsável pelo programa “Bloco Cripto” e outros assuntos relacionados à criptomoedas.