Eventual volta de Lula é “dor de cabeça” para Temer, diz FT – mas petista enfrentará grandes adversários

Para o jornal britânico, Lula "deu o pontapé inicial no que muitos acreditam que pode se tornar uma das mais notáveis tentativas de retomada política do Brasil"

Lara Rizério

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SÃO PAULO – Em matéria desta quinta-feira (20), o jornal britânico Financial Times apontou que o eventual retorno do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva é mais uma “dor de cabeça” para o presidente Michel Temer, em um momento em que o governo enfrenta dificuldades para aprovar a reforma da Previdência e tem integrantes envolvidos na Operação Lava Jato. 

Para o jornal britânico, Lula “deu o pontapé inicial no que muitos acreditam que pode se tornar uma das mais notáveis tentativas de retomada política do Brasil” e cita um vídeo recente do petista. No vídeo, o ex-presidente ataca o governo e exalta seus oito anos à frente do poder, entre 2003 e 2010. 

No entanto, o FT pondera ao dizer que  Lula enfrenta investigações por corrupção em processo conduzido pelo juiz federal Sérgio Moro no âmbito da Lava Jato. Caso condenado e a decisão em segunda instância, ele se tornará inelegível. Além disso, a publicação aponta que grande parte da corrupção que tomou conta da Petrobras teve início durante o governo de Dilma Rousseff, que foi apadrinhada pelo petista. Apesar da possibilidade de inelegibilidade de Lula, o jornal destacou recente pesquisa de intenções de voto da CNT/MDA, que mostrou que o ex-presidente venceria a disputa com os demais adversários. 

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O FT ressalta também que, caso concorra novamente à Presidência no ano que vem, Lula pode ter que enfrentar “formidáveis” novos concorrentes, como João Doria (PSDB), citado como um “outsider”.  “Assim como o presidente dos EUA, Donald Trump, Doria é um grande usuário de redes sociais que apresentou a versão brasileira do programa ‘O Aprendiz’”, diz a publicação.

Em entrevista ao jornal, o analista político da Eurasia Group, João Augusto de Castro Neves, apontou que, em meio ao sentimento anti-establishment, o grande vencedor é Doria. Ele também apontou que é muito cedo para prever como será a corrida presidencial, mas aponta que Lula pode não ser competitivo por também ter uma alta rejeição.

Enquanto isso, o presidente Michel Temer diz que não concorrerá ano que vem. Porém, a atenção está mais voltada para a sobrevivência política – e a reforma da Previdência é vista como crucial para isso, assim como para a recuperação da economia brasileira, que enfrenta a pior recessão de sua história. 

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Além da reportagem, o Financial Times fez um vídeo sobre o cenário eleitoral com o ex-presidente Lula, como você ver abaixo:

Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.