Europa é um fator para desaceleração econômica dos EUA, afirma Bernanke

"Abismo fiscal" também é problema para a maior economia mundial e já está produzindo efeitos, acredita o economista

Felipe Moreno

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SÃO PAULO – Em coletiva após a reunião do Fomc (Federal Open Market Committee) desta quarta-feira (20), Ben Bernanke, presidente do Federal Reserve, destacou que a Europa é um dos principais fatores para a desaceleração da economia norte-americana. O Fed desapontou o mercado nesta sessão após anunciar “apenas” a prorrogação do seu programa de extensão da maturidade do portfólio. 

“A economia está crescendo em ritmo moderado a despeito do cenário econômico europeu e um mercado imobiliário ainda deprimido”, afirmou Bernanke. A situação do mercado de trabalho, por exemplo, não tem agradado o economista, e o ritmo de crescimento está desacelerando, o que o levou a destacar possíveis novas medidas, se for preciso. “Alguns dados recentes nos desapontaram, mas ainda não como avaliá-los, se foi uma questão de sazonalidade”, disse o presidente do Fed em coletiva.

Europa atrapalha
Bernanke destacou que a Europa era um dos principais fatores para essa desaceleração. Ele e outros membros do Fomc enxergam a situação europeia como um problema significativo para a economia norte-americana. “A desaceleração da economia por lá, por exemplo, atrapalha nosso comércio exterior, e causa desaceleração econômica por aqui também”, salientou o economista. 

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Embora esteja agindo em conjunto para prover liquidez, não há muito mais o que o Fed possa fazer no escopo da autoridade monetária. “O Fed está envolvido em conversas com líderes europeus. Eu converso bastante com o Mario Draghi, mas nossa função é basicamente aconselhar”, disse. “Esperamos que a Europa tome novas medidas, e estabilize a situação”, completa.

Contudo, uma medida mais enérgica foi descartada. “O Fed não vai comprar títulos de dívidas de países europeus. Isso é uma medida que está fora de cogitação”, afirmou o economista. 

Abismo-fiscal é problema!

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Outro grande problema para a economia norte-americana destacado por Bernanke é o chamado “abismo-fiscal”, a redução drástica do orçamento norte-americano entre o término de 2012 e o início de 2013. Para o economista, essa situação precisa ser revista, mas o impacto já está sendo observado.

“Ainda é um pouco cedo para o ‘abismo-fiscal’ ter seus impactos na economia, mas isso ainda vai acontecer. Certamente, a expectativa por isso afeta algumas decisões de setores que podem se danificar”, salientou Bernanke.

Para ele, tanto Barack Obama, presidente norte-americano e candidato democrata à reeleição, quanto Mitt Romney, candidato republicano, precisariam tomar novas medidas. “São bem-vindas as colaborações de outras parteso. Não temos o poder de resolver a economia sozinhos”, destacou o presidente do Fed.  

As eleições, porém, não preocupam Bernanke e não devem mudar o ritmo da política monetária do país. “Tomamos nossas decisões de acordo com a nossa visão da economia, não nos preocupamos com a política”, finalizou. 

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