Europa: austeridade deve exibir seus impactos apenas em 2011, prevê banco

Para Société Générale, medidas remontam àquelas anunciadas no início do ano; desafio continua a ser a recuperação da economia

Luis Madaleno

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SÃO PAULO – Foram muitos os anúncios de novas medidas de austeridades feitos no continente europeu ao longo das últimas semanas. No entanto, quão novas são tais medidas? E quão intensas as políticas fiscais realmente serão? O relatório do Société Générale desta quinta-feira (27) se propõe a desvendar estas perguntas. 

Para responder à primeira questão, Oliver Gasnier, analista que assina a análise, lembra que as medidas propostas pelos endividados Estados do Velho Continente remontam àquelas promessas propostas pelo SGP (Programa de Estabilidade e Crescimento), feitas em janeiro. 

Ou seja, até aqui, nada de novo – “à exceção dos países sob o fogo do mercado (caso de Itália, Grécia, Espanha, Portugal e Irlanda)”, as novas medidas apresentam pouca, ou nenhuma novidade em relação aos projetos divulgados no início deste ano. 

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Efeitos apenas em 2011
Dito isto, Gasnier prevê qual será o timing para que as medidas comecem a ter algum efeito prático. “No geral, a postura fiscal será quase neutra em 2010, ligeiramente inclinada para o lado acomodatício, dada a busca da Zona do Euro por consolidar a recuperação”, afirma. “Em 2011, no entanto, terá uma história diferente”. Para ele, “muitas das recentes medidas anunciadas terão efeito apenas em 2011”. 

Impactos e desafios
De acordo com estimativas do autor, o aperto deve corroer cerca de 1,5 ponto percentual do crescimento econômico da região, além de acarretar em uma desvalorização de 10% na moeda única do continente, o euro. “[O impacto] é imenso e será dolorido para a atividade”. 

Em conclusão, dispara que “o aspecto mais desafiador agora é entregar os resultados reais no horizonte de 2010 e 2011”. “De fato, enquanto os governos podem ter sucesso na entrega de austeridade, a médio prazo o desafio continua a ser gerar crescimento”, uma vez que as promessas de redução do déficit orçamentário baseiam-se em suposições excessivamente otimista de crescimento econômico.

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