Eurasia: se fosse hoje, governo poderia barrar impeachment – mas 2 fatores devem “virar jogo”

Diretor da Eurasia Group, Christopher Garman, ressaltou que desdobramentos da Lava Jato e das manifestações serão essenciais para fazer com que impeachment passe na Câmara

Lara Rizério

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SÃO PAULO – Em painel promovido nesta quinta-feira na 7ª edição do evento Itaú Macrovision, em São Paulo, o diretor da Eurasia Group, Christopher Garman, destacou que a presidente Dilma Rousseff tem probabilidade de não terminar o mandato com 75% de chances. 

Porém, a chance de impeachment ocorrer caiu de um intervalo de 60% a 70% para 60%, porque o governo ganhou espaço para negociar cargos. Com isso, avalia, caso a votação do impeachment fosse hoje, o governo teria boas chances de ganhar o processo.

“O nível de abstenção é equivalente ao número de parlamentares que o governo conseguir convencer. A abstenção equivale ao voto favorável. Mais importante que acompanhar os indecisos é acompanhar o número de votos que o movimento pró-impeachment tem convicção que terá. Hoje está entre 20 e 40 votos aquém do necessário”, explica.

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Mas há alguns poréns, segundo o diretor da Eurasia: “acreditamos que o governo tende a perder daqui a duas semanas com novos desdobramentos da crise”.

Ele destaca dois fatores essenciais: “são de um lado, o que sai da Lava Jato, e protestos, do outro”. Outro fator de menor peso é o STF (Supremo Tribunal Federal) aceitar a indicação de Lula para o ministério da Casa Civil. Para Garman, a tendência é aceitar a nomeação, mas a grande pergunta é quando. 

Já o diretor da escola de direito da FGV (Fundação Getúlio Vargas), Oscar Vilhena, destaca que, mesmo se o impeachment atual não vingar, há outras situações que podem levar à saída da presidente, como um novo pedido de impeachment – desta vez da OAB, mais articulado – e a questão TSE (Tribunal Superior Eleitoral). Porém, há uma maior dificuldade na via TSE, que levaria à cassação da chapa Dilma Rousseff-Michel Temer e convocação de novas eleições, já que há a avaliação de que os ministros não gostariam de usar deste expediente. 

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“O TSE é composto de 7 juíes desconhecidos; assumir essa responsabilidade é algo que só vai acontecer em caso de crise aguda”, avaliou. 

Para ele, o impeachment não deve ocorrer de maneira simples como muitos esperavam. O professor destacou que o que há não é um processo, mas uma “série de ondas”. 

Ao falar sobre a Operação Lava Jato, Vilhena destacou acreditar que ela está em um ambiente mais seguro do que estava a Operação Mãos Limpas, na Itália, destacando a maturidade das instituições e a mudança geracional dos juízes, além de novos instrumentos jurídicos como a delação premiada. 

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Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.