Euforia temporária? Governo Dilma já mostra preocupação com o pós-Copa

A preocupação é que, após o sucesso da Copa, que contribuiu para melhorar os índices de aprovação do governo, o cenário econômico do segundo semestre volte a pesar, juntamente com o vexame do Brasil ontem em campo

Paula Barra

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SÃO PAULO – O sucesso da Copa do Mundo, que ajudou a presidente Dilma a ter melhora na sua avaliação no começo do mundial, pode ter sido passageiro. O massacre de ontem por 7 a 1 contra a Alemanha pode ter sido o gancho que faltava para o governo passar a se preocupar com o que pode vir à frente. 

Para um país que tem o futebol como parte de sua identidade nacional, perder em casa tem repercussões para além de atos de violência, segundo nota da Nomura de hoje. “A melhora da aprovação do governo Dilma nas últimas pesquisas, impulsionada pela performance da seleção em campo deve ser revertida”, disse.

A tristeza brasileira acalorada pela perplexidade com o vexame do resultado se alastrou mundo à fora e já pode ser sentida no campo político. O apagão da seleção é também o apagão de Dilma Rousseff. E agora, o posicionamento anterior, de que a oposição tem mais chance de ganhar, foi reforçado pelo que o Nomura chama de “uma trágica derrota esportiva”. A expectativa se mantém a mesma, de que há 60% de chance da oposição ganhar a eleição presidencial, mas o banco já fala de uma reversão do otimismo que Dilma vinha adquirindo com o sucesso da Copa. No início de junho, o Datafolha divulgou sua última pesquisa eleitoral – quando tudo ainda corria bem em campo brasileiro – e Dilma mostrou uma arrancada nas intenções de voto, de 34% para 38%. Mas, o que fala é de uma euforia temporária.  

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Ou seja, o que era uma preocupação já pode virar uma realidade. O que contribuiu para melhorar um pouco os índices de aprovação do Governo Dilma pode ir por água abaixo com a derrota e um cenário econômico difícil no segundo semestre, conforme ressalta a LCA Consultores.

“De fato, existe a expectativa de que o baixo crescimento da economia poderá ser acompanhado por aumento do desemprego, como tem ocorrido na indústria. O governo está preocupado que setores como a construção civil e o setor de serviços também dispense trabalhadores”, destaca a LCA.

Por ora, o governo federal não definiu uma estratégia para enfrentar o pessimismo crescente dos empresários com a situação econômica do país. Recentemente, a presidente Dilma anunciou algumas medidas para tentar melhorar a confiança dos empresários do setor, a pior desde 2009, como foi o caso do Refis, a reativação do Reintegra – programa que permite o ressarcimento do valor exportado de produtos manufaturados, e a prorrogação do PSI (Programa de Sustentação do Investimento) até o fim de 2015. Além disso, o governo manteve reduzido o IPI sobre veículos e móveis, destaca a LCA.

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Por sua vez, o principal candidato da oposição, o tucano Aécio Neves, indicou que o Armínio Fraga será o seu escolhido para coordenar o seu programa de governo na área econômica.

Na semana passada, após a pesquisa Datafolha, a própria consultoria havia ressaltado que “agora, os problemas ficaram em segundo plano diante do sucesso do evento”.  Porém, resta saber o que ocorrerá quando o clima de festa acabar (como agora) e os problemas cotidianos voltarem a ganhar destaque no noticiário, afirmou a consultoria. Isso porque haverá um espaço de pouco menos de dois meses entre o fim da Copa e o primeiro turno para as eleições presidenciais. 

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