EUA: resultados e economia devem manter bolsas em alta, diz Bob Doll

Com distanciamento da crise, indicadores econômicos não deverão ter mais tanta influência sobre volatilidade das ações

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SÃO PAULO – O estrategista-chefe da BlackRock, Bob Doll, afirmou que o atual cenário norte-americano, que combina expansão dos ganhos de empresas e crescimento da economia, deve proporcionar a manutenção do cenário favorável ao mercado de ações (bull market).

Segundo ele, com as melhorias na economia norte-americana, há uma queda na correlação entre o desempenho das ações e os indicadores macroeconômicos, uma vez que o mercado começa a se guiar mais em função dos fundamentos de cada companhia ou setor.

Doll lembou que as empresas norte-americanas devem apresentar lucro recorde neste ano, o que já estaria sendo sinalizado pelos fortes resultados apresentados em janeiro, referentes ao último trimestre de 2010.

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Resultados superando estimativas
A temporada de resultados corporativos, a qual já se encaminha para o fim, aponta que cerca de 70% das empresas superaram as expectativas de receita, 60% foram além das projeções de lucro, e 50% superaram ambas, o que não ocorria há muito tempo, lembrou Doll.

Segundo previsões, os ganhos corporativos devem atingir um novo recorde em 2011. Analistas esperam que as empresas listadas no índice S&P 500 obtenham lucro por ação médio entre US$ 95,00 e US$ 96,00 neste ano.

Avaliando os números, pode-se inferir que os resultados favoráveis são obtidos não apenas por conta do corte de custos, mas também pelo incremento das receitas, o que serve também como um indicador positivo para os próximos resultados.

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“Nós estamos no meio da primeira recuperação econômica global liderada por economias emergentes, estando os EUA apenas começando a caminhar em direção à expansão sustentada, o que sugere que ainda há espaço para melhoras da economia”, apontou Bob Doll.

Fed e o fim dos estímulos
Acerca da reunião do Fed (Federal Reserve) realizada na última semana, a qual não sinalizou possíveis mudanças na política monetaria no curto prazo, Bob Doll avalia que estamos frente a um momento no qual estão chegando ao fim os lançamentos das medidas de estímulo.

Nos últimos anos, foram diversos projetos neste sentido, que além de estimular a retomada do crescimento também contriburiam para a elevação dos preços das commodities, o que deve fazer com que a autoridade monetária dos EUA passe a dar mais atenção à estabilidade dos preços.

“Nós não esperamos ver mudanças para uma política de aperto monetário no futuro próximo, mas ela já parece surgir no horizonte”, crivou o estrategista da BlackRock.

Clima mexeu com relatório de emprego
O economista também classificou o relatório mensal de emprego divulgado na última semana como um dos mais confusos dos últimos tempos. O relatório registrou a mesma tendência já registrada em dezembro, com abertura de vagas aquém do esperado (+36 mil postos) e queda de desemprego acima do esperado (de 9,4% para 9,0%).

Combinados, o meses de dezembro e janeiro apontaram o maior desencaixe no comportamento entre o número de vagas abertas e a taxa de desemprego, o que, segundo Doll, pode ter sido reflexo das fortes nevascas que atingiram boa parte do país.

“Caso nós não tenhamos uma forte nevasca neste mês, deve haver um número significativo de abertura de vagas em fevereiro, talvez mais de 200 mil postos, bem como uma revisão para cima dos meses anteriores”, apontou Doll.  

Sobre o futuro do mercado de trabalho, Doll se classifica como “cautelosamente otimista”, acreditando que haverá melhoras nos próximos meses, fazendo com que ele tenda a rejeitar a ideia de que os números dos últimos meses tenham sido relacionados ao clima.

Egito
Por fim, Doll ainda comentou a a situação no Egito, que segundo ele se mantém volátil e imprevisível, mas chegou a um ponto em que já não há muita probabilidade de contágio. A partir do ponto de vista de investidores, há mais barulho do que risco de fato.

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