EUA: caso republicanos tomem poder, ações devem passar por volatilidade

Com possível alteração no quadro político norte-americano, analista prevê momento de incertezas ao mercado acionário

Luis Madaleno

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SÃO PAULO – Na eminência de ocorrerem as eleições norte-americanas e com a possibilidade de uma maioria republicana no Congresso, a certeza do portal Smart Money – ou a falta dela – é uma só: ninguém sabe como a alteração nos poderes impactará as ações.

“Os republicanos parecem destinados a assumirem a Câmara dos Deputados, e não é impossível que eles vão ter o Senado também”, comenta Donald Luskin, autor do artigo publicado no portal. “Para o que parece ser uma coisa certa, o fato carrega inúmeras incertezas.”

Os EUA irão renovar nos dia 2 de novembro um terço do Senado, a Câmara de Representantes e governadores de 37 dos 50 estados, em eleições que podem dar novamente a maioria parlamentar aos conservadores.

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Possibilidades
As dúvidas levantadas por Luskin devem-se ao fato de que, detendo o poder legislativo da maior economia do globo, não se sabe quais serão as medidas a serem adotadas pelos republicanos. “Não sabemos o quão forte será sua maioria. Não sabemos como o presidente Barack Obama vai reagir – cooperar ou lutar? E o pior de tudo, nós não sabemos no que a nova maioria republicana realmente acredita quanto à política econômica”.

Embora o autor assuma que os republicanos tendem a ter um melhor instinto econômico do que os democratas – “historicamente, as ações desempenharam melhor sob administração republicana no Congresso do que sob maioria democrata” -, observa que existem três correntes distintas dentro do próprio partido, que podem levar a economia norte-americana a direções antagônicas.

Enquanto parte do partido pode apoiar uma redução no inchaço do governo e em suas despesas, permitindo os atores econômicos privados agirem sem interferência ou taxações, Luskin lembra que em seis dos oito anos de maioria republicana na administração de George W. Bush os gastos e o tamanho do governo só avançaram – o que descredita uma implementação de tais medidas.

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“Além disso, há os republicanos que não querem encolher o governo – eles só querem diminuir o déficit e a dívida”, observa o autor. “Para eles, o aumento de impostos é uma solução perfeitamente aceitável (…) isso só impõe mais encargos sobre as pessoas, e não reduz necessariamente o papel do governo”.

Por fim, há no partido políticos que apoiam medidas pró-crescimento – “manter os impostos baixos, reduzir o governo, cortar custos futuros das despesas de hoje, e gradualmente trabalhando para reduzir a dívida”.

Programa e conclusão
Correntes à parte, o autor demonstra otimismo sobre o programa político do partido apresentado na última quinta-feira. “Se eles realmente implementarem os itens listados, não há a menor dúvida que a economia irá melhorar e impulsionar o mercado de ações”.

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No entanto, em sua conclusão voltam as incertezas. “Mas primeiro eles têm que ganhar, uma proposição duvidosa no melhor dos casos”, comenta. “Os republicanos realmente têm algumas ideias: será que eles vão irão executá-las bem ou mal? Ninguém sabe.”