Estratégia do PT ajuda a fortalecer Bolsonaro, afirmam diretores do Datafolha

"O imbróglio gera ruído em uma campanha de ‘tiro curto’, com pouco espaço para manobras arriscadas", dizem os diretores

Weruska Goeking

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SÃO PAULO – A estratégia do PT de registrar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva como candidato ao Palácio do Planalto e mantê-lo na corrida presidencial o maior tempo possível – enquanto o TSE não impugna a candidatura com base na Lei da Ficha Limpa – gera muita repercussão em todo o eleitorado. De um lado, a estratégia consolida a imagem de Lula entre seus simpatizantes, mas também pode fortalecer a imagem de seu maior antagonista no pleito: Jair Bolsonaro (PSL). A opinião é dos diretores do Instituto Datafolha, Mauro Paulino e Alessandro Janoni, publicada em artigo no jornal Folha de S. Paulo. 

“O imbróglio gera ruído em uma campanha de ‘tiro curto’, com pouco espaço para manobras arriscadas, especialmente numa eleição em que o desinteresse é o mais alto desde 1994. Bolsonaro subiu com padrão mais intenso. De junho até aqui, seu crescimento na espontânea é mais nítido especialmente na Região Sul. No estrato que rejeita totalmente o petista, não só como candidato, mas também como cabo eleitoral, Bolsonaro alcança praticamente o dobro das intenções de voto que tem na média do eleitorado (42%)”, escrevem os diretores.

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Nesse último cenário, Geraldo Alckmin (PSDB) fica com até 11%, empatado com Marina Silva (Rede). O desafio do PT será conseguir comunicar a tempo a candidatura do atual vice Fernando Haddad. “Haddad chega a ser menos conhecido entre os lulistas fiéis do que entre seus detratores. Quase metade dos que enaltecem o ex-presidente, tanto como candidato quanto como cabo eleitoral, não sabe quem é Haddad, mesmo que só de ouvir falar”, opinam Paulino e Janoni. 

Em pesquisa Datafolha divulgada nesta quarta-feira (22), o ex-presidente aparece com 39% das intenções de voto, Bolsonaro mantém o segundo lugar com 19% dos votos. Aparecem embolados no terceiro lugar Marina Silva (Rede, com 8%), Geraldo Alckmin (PSDB, 6%) e Ciro Gomes (PDT, 5%).

No cenário sem o petista, condenado em segunda instância, o que deverá tirá-lo da disputa presidencial, Bolsonaro tem 22% das intenções de voto. Marina e Ciro aparecem com 16% e 10%, respectivamente. Alckmin também sobe para 9%, empatando na margem com Ciro. 

O nome de Fernando Haddad, provável substituto de Lula na disputa, aparece com 4% das intenções de voto nesse cenário, empatado com Alvaro Dias (PODE). Vale destacar que, quando questionados sobre o tema, 48% afirmaram que não votariam num candidato indicado por Lula. Já 31% o fariam, enquanto 18% disseram “talvez”.

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