Estímulo à economia dos EUA é discutido no Congresso; conheça as propostas

Refinanciamento, corte de impostos, obras públicas - republicanos e democratas ampliam debate

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SÃO PAULO – Desde que Ben Bernanke, o presidente do Federal Reserve, defendeu a adoção de medidas fiscais para estimular a economia norte-americana, os mercados passaram a atentar para uma possibilidade que se torna cada dia mais real: a criação de um novo pacote de incentivos pelo Congresso dos EUA.

A notícia empolga investidores mas gera rejeição nos que não admitem a possibilidade de aumento do déficit fiscal. Todavia, a idéia ganha força e cogita-se que um novo plano poderia ser aprovado antes do fim dos mandatos dos atuais parlamentares.

Muitas das dúvidas que persistem relacionam-se à eleição de 4 de novembro, quando os norte-americanos votarão para Presidente, para a Casa dos Representantes e para parte dos cargos do Senado.

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Propostas obre a mesa

Um novo pacote de incentivos fiscais viria na esteira do seu predecessor, no montante de US$ 168 bilhões, aprovado em fevereiro deste ano, notório pela transferência direta de renda a consumidores por meio de cheques, bem como do plano de resgate do sistema financeiro no montante de US$ 700 bilhões.

Muitas propostas estão sobre a mesa – a maior parte proveniente de parlamentares do partido democrata, até então alvo de fortes restrições por parte do governo de George W. Bush e de congressistas do partido republicano. Com o sinal verde dado pelo Presidente, as chances de que um pacote seja criado aumentaram.

Além de medidas semelhantes às adotadas no pacote de estímulo fiscal anterior, os democratas defendem a extensão de benefícios para desempregados, investimentos em infra-estrutura e a suspensão da execução de hipotecas.

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Debate

As restrições a estas medidas também são volumosas. Em relação à transferência direta de dinheiro para consumidores, muitos destacam que o dinheiro já concedido foi utilizado para o consumo, em vez de ser poupado ou empregado no pagamento de dívidas.

Sobre as obras de infra-estrutura, que relembram as grandes obras públicas do New Deal, plano de estímulos que visava recuperar a economia dos EUA após 1930, seus detratores afirmam que demoram muito para criar efeitos reais e funcionar como estímulo.

Por sua vez, os parlamentares republicanos defendem a adoção de incentivos via redução de impostos, especialmente dos cobrados sobre investimentos em ações e sobre a renda de empresas que adquirem ativos problemáticos – medidas tradicionalmente apontadas como um privilégio aos ricos.

Consenso: as hipotecas

Contudo, começa a ser criado uma espécie de consenso em relação ao foco necessário para o pacote de estímulos: o setor imobiliário. Neste sentido, podem ganhar força propostas para o refinanciamento de hipotecas a taxas de juro mais baixas que as de mercado, assim como ampliar os limites para hipotecas das agências Fannie Mae e Freddie Mac, que tornariam mais acessíveis os imóveis em regiões caras.

Especula-se que o atual pacote poderá atingir valor entre US$ 150 bilhões e US$ 300 bilhões. No horizonte, o candidato democrata à Casa Branca, Barack Obama, propõe cortes de impostos para a classe média, além de incorporar muito das propostas para a concessão de alívio aos que pagam hipotecas. Já seu rival republicano, John McCain, planeja uma incursão mais radical no mercado de hipotecas, trocando os títulos problemáticos por empréstimos gerenciáveis aos seus detentores, plano considerado excessivamente lento por alguns.

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