Estatais sobem até 10% e renovam máxima do ano; é a volta do rali eleitoral?

Apenas neste pregão, Banco do Brasil, Petrobras e Eletrobras subiram mais de 3%, ganhando juntas quase R$ 12 bilhões em valor de mercado

Rodrigo Tolotti

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SÃO PAULO – Com uma sessão extremamente positiva, o destaque desta segunda-feira (14) ficou com as companhias estatais, que embalaram uma forte alta à espera da divulgação de algumas pesquisas eleitorais. Com altas de mais de 3% nesta sessão, Banco do Brasil (BBAS3), Eletrobras (ELET3; ELET6) e Petrobras (PETR3; PETR4) ajudaram o Ibovespa a fechar com alta de 1,75%. Porém, desde a última semana, os ganhos chegam a mais de 10%.

O principal evento no radar dos investidores é o Datafolha, que deve ser apresentado a partir do dia 16 de julho. Na pesquisa, a expectativa é que a presidente Dilma Rousseff volte a registrar queda nas intenções de voto após o vexame da seleção brasileira na Copa do Mundo, revertendo assim a alta de 4 pontos percentuais no último Datafolha, quando analistas indicaram exatamente o bom sentimento com a Copa como fator para elevação dela.

Entre as perguntas da pesquisa estão “qual candidato é o mais beneficiado com a derrota do Brasil” e “qual candidato é o mais prejudicado com a derrota do Brasil”. Além do Datafolha, o Instituto Sensus irá divulgar uma pesquisa nesta terça-feira (15). Vale lembrar ainda que a recente alta do Ibovespa ocorre desde o dia 10, primeiro pregão após a derrota do Brasil por 7 a 1 para a Alemanha.

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Ações disparam
Com isso, as ações da Petrobras já acumulam ganhos de mais de 10% em apenas 4 pregões, com os papéis ordinários saltando de R$ 16,11 no dia 7 para os atuais R$ 17,66, enquanto os ativos preferenciais subiram de R$ 17,28 para R$ 19,10. Apenas neste pregão as altas foram de 3,88% e 4,49%, respectivamente. Neste valor, os papéis da petrolífera atingiram seu maior patamar desde o dia 25 de novembro de 2013, superando o nível do “auge” do rali eleitoral em abril deste ano.

Apesar de não seguirem em altas consecutivas, as ações da Eletrobras também estão registrando fortes ganhos nos últimos dias. Nesta sessão, os papéis ordinários registraram ganhos de 4,45%, cotados a R$ 6,57, enquanto os ativos preferenciais subiram 2,79%, para R$ 11,07. Já as ações do Banco do Brasil também seguem fortes altas desde a derrota da seleção. Em 4 pregões, os ganhos são de 8,44%, com os ativos fechando hoje a R$ 26,97 – valorização de 2,63%.

Em relação ao valor de mercado, apenas nesta segunda-feira as três companhias ganharam R$ 11,866 bilhões. Desde total, R$ 9,505 bilhões foram apenas da Petrobras, enquanto outros R$ 1,977 bilhões foram ganhos pelo Banco do Brasil e outros R$ 384 milhões pela Eletrobras.

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Goldman eleva preço-alvo da Petrobras
Além de todas as expectativas com as pesquisas eleitorais, um relatório do Goldman Sachs favoreceu bastante o cenário para a Petrobras, que viu o preço-alvo de suas ações ser elevado. No caso das preferenciais o valor passou de R$ 22 para R$ 24,20, enquanto as ordinárias tiveram seu preço elevado de R$ 21,20 para R$ 23,30.

O preço-alvo já inclui a incorporação dos quatro novos contratos que serão firmados entre Petrobras e governo para a produção de volumes excedentes de quatro campos da Cessão Onerosa, no pré-sal da Bacia de Santos. “Nós não vimos os termos contratuais econômicos (do excedente da cessão onerosa) como negativos”, afirmou o relatório do banco, em meio a uma série de avaliações negativas do mercado.

Já sobre a situação financeira da Petrobras, o banco espera uma melhoria nas condições entre 2015 e 2016 – conforme meta já traçada pela estatal – em comparação com 2014, independentemente do resultado das eleições presidenciais, que têm movimentado os papéis da empresa. Isso considerando que a estatal enfrenta flexibilidade limitada do ponto de vista de alavancagem.

A expectativa do Goldman Sachs é que a Petrobras não deve ajustar os preços dos combustíveis neste ano, e avalia como consistente as chances de um aumento de preços de 4,7% em 2015. “Destacamos que cada aumento de 1% nos preços dos combustíveis representa mais R$ 0,85 para o nosso preço-alvo”, afirmou o relatório.

Apesar do relatório bem positivo, o analista da Leme Investimentos, João Pedro Brugger, acredita que o que realmente impulsiona as ações neste momento são as eleições. “Mesmo com o relatório, o desempenho da companhia, por si, não está condizente com as novas projeções feitas para ela”, observa Brugger, que enaltece a maior força do clima eleitoral em impulsionar os papéis da petrolífera do que os resultados fracos.

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Rodrigo Tolotti

Repórter de mercados do InfoMoney, escreve matérias sobre ações, câmbio, empresas, economia e política. Responsável pelo programa “Bloco Cripto” e outros assuntos relacionados à criptomoedas.