“Estamos diante de um fracasso de proporções bíblicas por conta do petismo desavergonhado”

Esta é a avaliação do ex-presidente do BC Gustavo Franco, em evento realizado pelo Instituto Millenium nesta terça; porém, ele destacou que as medidas para sair da crise não cabem no projeto dos partidos

Lara Rizério

(Divulgação / B3)

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SÃO PAULO – “Nós estamos diante de um fracasso de proporções históricas e ‘bíblicas’. Um fracasso econômico e moral”, diretamente relacionado ao modelo de governo ao “petismo desavergonhado”. Esta é a avaliação do ex-presidente do Banco Central e sócio fundador da Rio Bravo Investimentos Gustavo Franco, em evento realizado pelo Instituto Millenium nesta terça-feira (22). 

Para ele, há um sentimento de surpresa de que “fomos enganados” durante os treze anos, mas que isso só foi percebido agora depois das eleições. “Não devia ser uma surpresa muito grande”, afirmou o Franco.

Segundo ele, o petismo passou por duas fases: uma de petismo tímido e outra de petismo desavergonhado. Na primeira fase, houve queda de juros e expansão do crédito bancário como proporção do PIB, além de uma demografia favorável, com o consumo maior tendo mais a ver com a questão demográfica do que com a atuação do governo, segundo o economista. Porém, o modelo esbarrou-se no limite do endividamento e do crédito. Contudo, quando o modelo mostrava sinais de esgotamento, houve o ciclo de commodities e o pré-sal, este sendo visto como um “tesouro”.  

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E, depois, passou-se para o “petismo desavergonhado”, “que sempre se quis fazer”, com impulso fiscal e, pela definição dele, o que é chamado de “capitalismo de capangas” ou de “compadrio”, com uma nova relação entre o público e o privado já predominante na China e na Rússia. Para Franco, não é acidente que a Petrobras seja o ponto focal nesta relação. 

Porém, segundo ele, as duas vertentes do petismo desavergonhado fracassaram, com o fiscal deteriorado e a Operação Lava Jato no radar mostrando que o “brasileiro é contrário ao capitalismo de compadrio”. 

Há duas coisas que se deve vislumbrar no futuro, afirma ele: a Lava Jato não apenas coloca gente na cadeia como criar condições com economia de mercado, “melhorando ambiente de negócios com menos corrupção”.

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Sem espaço nos partidos
Apesar de ver o processo originado pela Lava Jato como positivo e ressaltando que há consenso sobre o que deve ser feito, Gustavo Franco afirma que as medidas necessárias para a economia 
“não cabem no projeto de nenhum partido”.

Isso causa perplexidade. E é também por isso que quem pode alterar o jogo é a força empresarial”, afirmou. Ele citou inclusive o partido a qual é filiado, o PSDB, que possui dificuldades para aceitar reformas liberais. “O partido nunca abraçou por inteiro essa agenda de privatização, abertura de mercados, como se ela fosse radioativa. E não é radioativa, é a saída”.

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Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.