“Esse impeachment é uma tentativa de eleição indireta por quem não tem voto”, diz Dilma

Presidente criticou argumentos para impeachment e adotou postura mais enfática contra Eduardo Cunha

Marcos Mortari

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SÃO PAULO – Em participação de cerimônia de entrega de 2.800 unidades habitacionais do programa Minha Casa Minha Vida em Salvador (BA), a presidente Dilma Rousseff voltou a criticar o que chama de golpe contra um mandato legitimamente eleito e contra a democracia em referência ao processo de impeachment que tramita contra seu mandato no Congresso Nacional.

“Eles falam que o impeachment é previsto na Constituição. Ele é previsto. Mas esquecem de dizer que é permitido impeachment quando há crime de responsabilidade. Acontece que não cometi nenhum crime de responsabilidade. Eu digo isso porque insistem em dizer que não é golpe, ficam muito incomodados quando dizemos que é golpe”, afirmou a presidente durante seu discurso.

No pronunciamento, Dilma criticou o que acredita ser falta de justificativa para o processo de impeachment e adotou postura mais enfática contra o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), um dos principais adversários do governo e nomes importantes para que o processo fosse aprovado pelo plenário da casa, em 17 de abril, e enviado ao Senado. “[A criminalização das “pedaladas fiscais” apenas em 2014 e 2015] significa dois pesos e duas medidas. Estou sendo vítima de uma grande injustiça”, disse.

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“Como não acharam nenhum outro motivo… Aqueles que me acusam são acusados de crimes, eles têm acusações que eu não tenho. O mais estranho é que quem me julga é corrupto. Essa pessoa que é o presidente da Câmara é uma pessoa que todo mundo sabe no Brasil que tem conta no exterior”, continuou a presidente. “Esse impeachment, sem crime, na verdade, é uma tentativa de fazer uma eleição indireta por aqueles que não têm voto”.

Antes de enveredar para a questão do impeachment, a presidente defendeu a importância do Minha Casa Minha Vida e disse que, ao final de 2018, 25 milhões de brasileiros — ou seja, um a cada oito — terão sido beneficiados pelo programa, com a construção de 5,750 milhões de moradias a partir da gestão de Lula. “Um governo deve ser julgado pelo que ele foi capaz, é capaz e será capaz de fazer pelo seu povo. Meu governo teve de fato uma opção: a opção pelo MCMV, por continuar pagando Bolsa Família para quem precisa, por garantir atendimento médico para pessoas que antes não tinham atendimento pelo Mais Médicos”, argumentou Dilma.

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Marcos Mortari

Responsável pela cobertura de política do InfoMoney, coordena o levantamento Barômetro do Poder, apresenta o programa Conexão Brasília e o podcast Frequência Política.