Esqueça a crise política: estes são os 4 eventos que irão agitar a próxima semana

Entre PIB de Brasil e EUA, relatório de emprego e votação da PEC do teto, uma série de dados deixará o mercado agitado na próxima semana

Rodrigo Tolotti

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SÃO PAULO – Apesar de um final de semana mais tenso diante do agravamento da crise política e sem o apoio do mercado americano – que ficou fechado na quinta-feira e funcionou por poucas horas na sexta -, o Ibovespa encerra esta semana com forte alta de 2,66%, aos 61.559 pontos. Mas este cenário otimista ficará bastante movimentado nos próximos dias com uma agenda bastante agitada no Brasil e no mundo, o que promete aumentar a volatilidade da Bolsa.

A semana que vem começa com os investidores ainda tensos com a crise que se instalou no governo Temer nos últimos dias após as denúncias do ex-ministro da Cultura, Marcelo Calero. Porém, a semana será marcada por quatro grandes eventos: reunião do Copom (Comtiê de Política Monetária), reunião da Opep sobre corte de produção, votação da PEC do teto no Senado e os dados econômicos nos EUA, com relatório de emprego e PIB.

Para o economista Jason Vieira, da Infinity Asset Management, a semana terá tanta coisa que não há como escolher um só destaque. “Podemos até ver os EUA tendo menos influência por aqui, mas mesmo assim os dados que serão divulgados por lá serão bastante importantes”, afirma. Em relatório, a Rosenberg Associados disse que os dados de emprego costumam ser fortes em novembro, e isso pode ter forte impacto no mercado.

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Além disso, na quarta ocorre o rebalanceamento do MSCI (Morgan Stanley Capital International), que deve levar a uma saída adicional de cerca de US$ 23 milhões da Bovespa, conforme previsão feita pelo Credit Suisse. Sairão do índice os papéis da Totvs, Cesp e Taesa. Veja as principais ações impactadas clicando aqui.

No Brasil, apesar dos investidores ficarem atentos à decisão sobre a taxa de juros, a política deverá ser o destaque. Na terça-feira ocorre a votação da PEC do teto no Senado e, segundo Vieira, o que é preciso ficar de olho é a quantidade de votos com que a medida será aprovada, o que poderá indicar a força do governo principalmente diante do momento atual bastante frágil.

Confira os principais eventos da próxima semana:

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Votação PEC do teto
Ocorre na terça-feira (29) a votação da PEC 55 no Senado. A medida que limita o teto dos gastos do governo deve ser votada em primeiro turno na Casa, segundo a equipe da Rosenberg, enquanto que a votação em segundo turno deverá ocorrer na primeira quinzena de dezembro. Para Jason Vieira, é preciso ficar atento à quantidade de votos que o “sim” irá receber, já que isso será uma prova do poder político do atual governo.

PIB (EUA)
Também na terça-feira, às 11h30 (horário de Brasília), será apresentado o PIB do terceiro trimestre dos EUA. A expectativa mediana dos economistas é de que a maior economia do mundo cresça 3,1%, ante 2,9% registrados no trimestre anterior.

PIB (Brasil)
Já na quarta-feira (30), às 09h, será a vez do PIB do 3° trimestre no Brasil. Para a equipe da Rosenberg, deve ser registrada uma queda mais forte no período, reforçando o quadro de preocupações com o ritmo de atividade. “Nesta divulgação, teremos a revisão dos dados anteriores, com o acréscimo das pesquisas anuais, o que pode alterar os resultados de 2015 e dos dois primeiros trimestres de 2016”, lembram os analistas.

Reunião da Opep
Vale destacar a reunião dos países membros da Opep (Organização dos Países Exportadores de Petróleo), que devem decidir sobre um acordo de cortes de produção, o que tem chamado atenção nos últimos dias e deixado o petróleo bastante volátil. Um possível acordo para cortar a produção deve ajudar a elevar o preço da commodity, o que, é importante destacar, também tem potencial para afetar o dólar.

Copom
Após o primeiro corte da taxa de juros em sua última reunião, os membros do Banco Central voltam a se encontrar na terça e na quarta-feira para definir se mantém o ritmo de corte ou não. Analistas se dividem sobre um possível novo corte de 0,25 ponto percentual, ou um aumento para 0,50 p.p.. Há ainda quem acredite em uma possível manutenção da Selic, mas as “apostas” só devem começar a serem definidas a partir de segunda-feira.

PMIs (China e Europa)
Como ocorre todo início de mês, uma bateria de PMI será apresentada, com destaque para os dados na China, o principal mercado de muitas commodities e onde uma mudança de rumo da indústria pode afetar companhias no mundo todo, caso da Vale e siderúrgicas, que estão sempre de olho no momento econômico do gigante asiático.

Relatório de emprego
Na sexta-feira (2), às 11h30, será apresentado o relatório de emprego nos EUA, que deve mostrar a criação de 175 mil postos de trabalho em novembro, contra 161 mil criados em outubro. Já a taxa de desemprego deve permanecer estável em 4,9%. O dado não deve, contudo, mudar o cenário-base do mercado para o Federal Reserve, que deve elevar os juros no país em sua reunião em dezembro.

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Rodrigo Tolotti

Repórter de mercados do InfoMoney, escreve matérias sobre ações, câmbio, empresas, economia e política. Responsável pelo programa “Bloco Cripto” e outros assuntos relacionados à criptomoedas.