Equipe de Lula entra com ação no STF para suspender porte de arma no DF

Pedido foi enviado ao ministro Alexandre de Moraes; ordem judicial também abrangeria CACs

Luís Filipe Pereira

(Shutterstock)

Com objetivo de reforçar a segurança em Brasília após episódios recentes envolvendo atos de violência protagonizados por apoiadores de Jair Bolsonaro (PL) contra a eleição de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), a equipe do governo eleito pediu ao Supremo Tribunal Federal (STF) a suspensão do porte de armas no Distrito Federal nos próximos dias.

A informação foi divulgada pelo futuro ministro da Justiça, Flávio Dino, em entrevista coletiva no Centro Cultural Banco do Brasil, sede dos trabalhos de transição de governo.

Apresentada pelo delegado Andrei Passos Rodrigues, coordenador da segurança de Lula e futuro diretor-geral da Polícia Federal, a ação foi endereçada ao ministro Alexandre de Moraes, relator do inquérito sobre atos antidemocráticos.Caso seja aprovada, a medida entra em vigor a partir desta quarta-feira (28) e tem duração até 2 de janeiro.

Ainda segundo Dino, o pedido incluído na ordem judicial também abrange os chamados CACs (colecionadores, atiradores e caçadores), que nos últimos anos tiveram o acesso a armas de fogo facilitado por medidas colocadas em prática pelo governo de Jair Bolsonaro.

“Nós fizemos uma reflexão sobre toda a segurança da posse presidencial, tanto com o governo do Distrito Federal como agora aqui no CCBB com a equipe da Polícia Federal”, afirmou o futuro ministro. “Se houver o atendimento do Supremo do nosso pleito, quem eventualmente portar arma estará não só sujeito a apreensão da arma, mas também a prisão em flagrante”.

Polícia 100% mobilizada

Na terça-feira, em entrevista coletiva que contou com a participação do governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), e o do futuro ministro da Defesa, José Múcio, Dino disse que a capital federal contará com um esquema de segurança com participação de 100% do efetivo das forças policiais.

Em relação ao tradicional desfile presidencial em carro aberto, Dino reiterou que o planejamento de ações prioriza a segurança do presidente eleito e de todas as pessoas que estarão em Brasília acompanhando a posse, e que também pode ser alterado dependendo das condições meteorológicas da capital.