Entre meta mais frouxa e permanência de Meirelles, governo parece ter feito a sua escolha

De acordo com informações da Bloomberg, a eventual mudança da meta fiscal ainda é carta fora do baralho - além disso, governo elevaria imposto para manter a meta

Lara Rizério

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SÃO PAULO – Uma notícia movimentou o mercado brasileiro nesta terça-feira (25). De acordo com informações desta manhã do jornal O Globo, o governo começou a discutir a revisão da meta fiscal em 2017, atualmente com um déficit primário de R$ 139 bilhões. 

A medida, no entanto, era polêmica, segundo a publicação. Ela contaria com o apoio da ala política, mas não do ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, para quem um aumento do rombo nas contas públicas agora seria um golpe na credibilidade da política econômica. Mas, mais do que isso: segundo o jornal, a própria permanência de Meirelles poderia ficar condicionada à preservação da meta. 

O mercado viu com ceticismo a possível saída de Meirelles, uma vez que ele é visto como um dos pilares da equipe econômica do governo de Michel Temer. E. nesta tarde, Meirelles afirmou que a meta fiscal  é uma proposta que não está sujeita a pressões externas, descartando a influência de lideranças políticas do governo no aumento do déficit primário.

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“Não há no momento esta decisão (de mudança da meta fiscal). Mas como temos dito sobre várias outras coisas, inclusive o próprio aumento de impostos, nós faremos o que for necessário e melhor para o país, dentro de uma perspectiva de realidade tributária. Não estou sentindo pressão”, afirmou. 

E é justamente o aumento de impostos que pode estar no radar do governo, de acordo com informações da Bloomberg. De acordo com fontes ouvidas pela agência, a eventual mudança da meta ainda é carta fora do baralho para o alto escalão do ministério da Fazenda e o Palácio do Planalto, que preferem aumentar ou criar um novo imposto a reajustar o déficit de R$ 139 bilhões previsto para 2017. As fontes ressaltaram ainda à agência que, conforme noticiado mais cedo pelo jornal O Globo, a manutenção da meta é condição para permanência de Meirelles no cargo.

Com o contingenciamento de R$ 39 bilhões, a paralisação da máquina pública, ou shutdown, viria em setembro, mas auxiliares do presidente Michel Temer acreditam que há tempo para conter situação, ressalta a agência. Para evitar a paralisação, governo precisaria reverter o corte de R$ 6 bilhões anunciado na semana passada e ainda diminuir parte do contingenciamento de R$ 39 bilhões publicado anteriormente.

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Mais cedo, o ministro do Planejamento, Dyogo Oliveira, disse não haver discussão sobre a meta fiscal.  “Acabamos de apresentar um relatório mostrando como a gente vai fazer”, afirmou. Assim, por enquanto, a meta fiscal deve seguir como está – a não ser que novas frustrações de receitas entrem no radar do governo e torne o afrouxamento da meta inevitável. 

(Com Bloomberg)

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Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.