Enquanto até fundador do PMDB defende afastamento, outros saem em defesa de Cunha

Jarbas Vasconcelos, Miro Teixeira, Sílvio Costa e bancada do PSOL defendem afastamento temporário do presidente da Câmara; enquanto isso, Paulinho da Força e Renan Calheiros buscam se aliar a Cunha

Lara Rizério

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SÃO PAULO – Após a denúncia de que o presidente da Câmara dos Deputados teria recebido US$ 5 milhões em propina, feita por Julio Camargo, um grupo de deputados federais vem defendendo a saída de Eduardo Cunha (PMDB-RJ) do cargo, pelo menos temporariamento. 

Depois da bancada do PSOL e do vice-líder do governo na Câmara dos Deputados, Sílvio Costa (PSC-PE), um dos fundadores do PMDB passou a defender o afastamento imediato de Cunha do cargo.

Trata-se do deputado Jarbas Vasconcelos (PE), que defendeu a saída temporária do peemedebista da presidência da Casa em entrevista à Folha de S. Paulo. “Como ele vai ficar na presidência da Câmara dos Deputados acusado como foi, com todas as letras e toda clareza possível, por uma pessoa que diz que ele pediu US$ 5 milhões? Fica difícil, imensamente complicado. Não custa nada deixar o cargo temporariamente”, disse.

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Segundo o pernambucano, a denúncia contra Cunha é “extremamente grave” e a reação do peemedebista tem sido “oportunista”.  “Eu acho que ele está em um comportamento, no meu ponto de vista, extremamente oportunista de aproveitar um governo fragilizado para criar dificuldade”. Na semana passada, também para a Folha, Jarbas Vasconcelos havia afirmado que Cunha agia como um “ditador”.

Já o deputado Miro Teixeira (PROS-RJ), em entrevista para o mesmo jornal, afirmou que não há possibilidade de impeachment da presidente Dilma, mas o mesmo não vale para o presidente da Câmara. “Definida a responsabilidade penal, eu penso que ele [Cunha] deve ser afastado da Presidência da Câmara em primeiro lugar. Mas seria útil se ele renunciasse”. 

Assim como Sílvio Costa, Miro comparou Cunha ao ex-presidente da Câmara Severino Cavalcanti, que renunciou em 2005 após denúncia de recebimento de propina. Além destes, a ex-senadora Marina Silva, candidata à presidência em 2014, publicou um artigo em que, sem citar nomes, destacou que os denunciados formalmente por envolvimento no escândalo devem deixar seus cargos para evitar interferências nas decisões. 

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Do outro lado…
Enquanto muitos defendem a saída de Cunha, outros apoiam o presidente da Câmara, caso do deputado Paulinho da Força (SD-SP). Já na sexta-feira, o presidente do Solidariedade saiu em defesa de Cunha e afirmou apoiar a decisão dele de romper com o governo federal. 

Para Paulinho, não há “nada mais correto do que se afastar de um governo trapalhão, incompetente e que apaga fogo com gasolina”, afirmou, segundo informações do jornal Valor Econômico. 

Como destaca a coluna Radar Online, da Veja, além de Paulinho da Força, o deputado Marco Feliciano defende Cunha com fervor. Feliciano chegou a requerer formalmente a Pastor Everaldo, presidente do PSC, uma punição a Silvio Costa.

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Além deles, informa o Valor, o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), alia-se com Cunha. Renan é, provavelmente, a próxima vítima da Lava Jato e, com isso, as indicações são de que eles tentarão transformar a crise política em institucional. 

Em pronunciamento transmitido pela TV Senado, Renan elogiou a atuação de Cunha à frente da Câmara dos Deputados. Para ele, Cunha tem sido um bom presidente, implementando um ritmo de votações. “Acho que a atuação dele, sua independência, colaborou muito para este novo momento do Congresso Nacional”, afirmou. 

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Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.