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SÃO PAULO – Atenta ao cenário latino-americano no final do ano, a revista The Economist lançou em seu site na última quinta-feira (18) uma matéria comentando o encontro de 33 países realizado na semana passada, voltado para discutir medidas de combate à desaceleração econômica.
Observando o desenrolar dos três dias do encontro, a matéria afirmara que, entre as desavenças e diferenças políticas, o que estava por trás era algo maior, de mais simbolismo: era a primeira vez que tantas nações, incluindo algumas do Caribe, se encontravam sem a presença de representantes dos EUA ou da Europa.
Em um ano marcado por problemas nas economias mais desenvolvidas, a falta de representatividade das duas potências chama atenção, segundo a matéria, e abre um espaço que está sendo cada vez mais ocupado por uma das lideranças do continente. O Brasil, além de sediar o encontro, vem embalado por expressiva expansão econômica e popularidade política, sustentada pela equipe do presidente Lula.
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A vez do Brasil?
Citando as palavras dos autores, a bancada do presidente assumiu o poder em 2003 visando três objetivos na política externa: vislumbrar um assento no Conselho de Segurança das Nações Unidas, ampliar sua participação no comércio internacional e desenvolver um poderoso bloco que unisse os países da América do Sul.
Embora as metas não tenham sido totalmente atingidas, a The Economist ressaltou que o País conseguiu sustentar um importante papel nas Nações Unidas – com a bem sucedida missão no Haiti -, embora tenha falhado em outros aspectos relevantes. Enquanto a China se posicionou contrária à reforma do Conselho de Segurança, as falhas na Rodada Doha minaram as apostas brasileiras em buscar melhores condições de comércio.
Conflitos limitam novo bloco
A tentativa de conseguir maior integração na América Latina também deixou o Brasil em situações delicadas, muitas vezes sem ser correspondido com o interesse de priorizar a harmonia, afirmou a revista. A política de “boa vizinhança” trouxe atritos com líderes como Hugo Chavez e Evo Morales, a exemplo do caso em que o presidente boliviano se mostrou favorável à nacionalização de instalações da Petrobras em 2006.
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Mais recentemente, o posicionamento de Rafael Correa, governante do Equador, também testou os limites da política externa brasileira, ao culpar a construtora Odebrecht por falhas no funcionamento de uma usina hidroelétrica, impedindo que representantes da empresa saíssem do país.
Em meio a tantos interesses divergentes, a The Economist se mostra pouco otimista quanto à chegada de um estado harmonioso entre as nações latino-americanas, embora ainda sustente que a reunião de dezembro possa ser um fruto para um novo bloco em desenvolvimento. Quanto ao Brasil, a revista se posiciona afirmando que o País tem muita influência no continente, mas deve prestar atenção por não ser “a única peça do jogo”.
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