Encontro com Trump pode fortalecer Lula e rachar a direita, diz cientista político

Segundo Rafael Cortez, da Tendências Consultoria, o gesto diplomático de Lula tende a fortalecer sua imagem política e provocar divisão na oposição conservadora

Estadão Conteúdo

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O encontro entre Luiz Inácio Lula da Silva e o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, abre duas frentes de repercussão, sendo uma política e a outra econômica/comercial, afirmou Rafael Cortez, cientista político e sócio da Tendências Consultoria.

“Obviamente, do ponto de vista eleitoral, isso deve render frutos e gerar uma divisão dentro da direita”, destacou o especialista.

Cortez diz ainda que essa divisão na oposição deve ocorrer porque “uma parcela da direita apostava na cisão entre Brasil e Estados Unidos e até alimentava celeumas bilaterais, de tal sorte que, do ponto de vista político-institucional, independente dos ganhos futuros, a política imagética já gera algo positivo para o governo”, acrescentou o cientista político.

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A frente que representa o lado econômico/comercial gera um pouco mais de cautela e uma agenda mais prolongada, segundo Cortez, uma vez que o Brasil e os Estados Unidos têm pontos de divergências importantes, que envolvem segurança, multilateralismo e questões geopolíticas.

“É um processo mais vagaroso de negociação, de todo modo, a leitura de que a parceria com o Brasil é positiva, do ponto de vista geopolítico, olhando os dilemas americanos, seja para ajudar a questão inflacionária domesticamente, seja pensando nas relações e competições com a China.”

Por fim, Cortez diz que apesar de vagarosa, a tendência é de que os países encontrem um equilíbrio mais positivo do que o existente hoje, onde o Brasil sofre com uma tarifa muito mais elevada do que os demais países, representando uma visão de um Brasil distante dos Estados Unidos – fato interrompido hoje com o encontro entre as autoridades.

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