Empréstimos do BNDES caem 28% em maior recuo em 20 anos

Foi o menor volume de recursos liberados desde 2008 (R$ 90,9 bilhões), ano em que a política dos "campeões nacionais", comandada pelo presidente do banco Luciano Coutinho, começava a ser posta em prática

Marcos Mortari

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SÃO PAULO – Puxado por uma forte retração da demanda por crédito no setor de comércio e serviços — de 41%, para R$ 30,5 bilhões no ano passado –, o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) registrou a maior queda em seus desembolsos em comparativos anuais em 20 anos. A menor demanda dos empresários e o crédito menos abundante contribuíram para o desempenho negativo para o banco público, que fechou 2015 com desembolsos na casa dos R$ 135,9 bilhões — montante 28% menor do que o apresentado no ano anterior.

Foi o menor volume de recursos liberados desde 2008 (R$ 90,9 bilhões), ano em que a política dos “campeões nacionais”, comandada pelo presidente do banco Luciano Coutinho, começava a ser posta em prática. O desempenho ruim já faz o banco negociar com o governo mecanismos de tornar mais atrativas suas linhas de financiamento para setores estratégicos da economia nacional. A ideia seria também aproveitar a desvalorização cambial para alavancar o nível de exportações.

Um dos responsáveis pela queda nos desembolsos do banco público no ano passado foi o PSI (Programa de Sustentação do Investimento), lançado durante a crise econômica de sete anos atrás e que sofreu cortes orçamentários com o ajuste de Dilma Rousseff em uma tentativa para se cumprir a meta de superávit fiscal. Conforme apontou o BNDES, os desembolsos do PSI caíram 56% no ano passado, para R$ 33,2 bilhões. O programa, que financiava a compra de máquinas e equipamentos, foi extinto ao final de 2015.

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Marcos Mortari

Responsável pela cobertura de política do InfoMoney, coordena o levantamento Barômetro do Poder, apresenta o programa Conexão Brasília e o podcast Frequência Política.