Empresário alvo da Operação Turbulência é encontrado morto em motel em Olinda

Paulo César é apontado como um dos testas de ferro do esquema de lavagem de dinheiro que abasteceu campanhas políticas e foi usado na compra do jatinho, cuja queda matou Eduardo Campos

Paula Barra

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SÃO PAULO – O empresário Paulo César de Barros Morato foi encontrado morto na noite desta quarta-feira (22), em um motel no bairro de Sapucaia, em Olinda, Região Metropolitana do Recife. As informações são da Polícia Federal. Morato era considerado foragido pela PF desde a terça-feira (21), quando foi deflagrada a Operação Turbulência, que apura propina para as campanhas eleitorais de Eduardo Campos.

Ele é apontado na Operação Turbulência como um dos testas de ferro do esquema de lavagem de dinheiro que desviou R$ 600 milhões a campanhas políticas e que foi usado na compra do jatinho Cessna PR-AFA, cuja queda, em 2014, matou o ex-governador de Pernambuco Eduardo Campos, que na época era candidato à Presidência da República.

Ainda não se sabe a causa da morte de Morato. A advogada do empresário, Marcela Moreira Lopes, informou ao G1 que ele já havia tentado suicídio anteriormente.

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De acordo com um funcionário do motel ouvido pela Agência Brasil que pediu para não ser identificado, o empresário entrou no local por volta de 11h40. A equipe do estabelecimento começou a suspeitar de que algo estava errado por causa da demora em sair, porque as ligações feitas para o quarto não eram atendidas e por um mau cheiro vindo de dentro do local. A Polícia Militar foi chamada e arrombou a porta, encontrado Morato sem vida na cama. O funcionário relatou ainda que ele vestia calça jeans e estava sem camisa e que não havia marcas de sangue visíveis.

A Polícia Civil faz a investigação do caso, que só será repassada à Polícia Federal caso seja encontrada alguma relação entre a morte e a investigação. Ele constava desde a última terça-feira na lista de foragidos da Interpol.

A Operação Turbulência reuniu indícios de um esquema criminoso que envolve contas bancárias de 18 pessoas físicas e jurídicas, a maior parte delas empresas de pequeno porte, muitas de fachada, que movimentavam valores milionários entre si e para terceiros com o objetivo de lavar dinheiro de atividades ilegais.

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Segundo as investigações, Morato se apresentava como dono da empresa Câmara e Vasconcelos Locações e Terraplenajem, apontada como de fachada pela Operação Turbulência. A organização foi uma das compradoras do avião usado por Campos na campanha presidencial. A mesma empresa recebeu mais de R$ 18 milhões da empreiteira OAS, proveniente de pagamento por serviços de locação e terraplanagem que teriam sido realizados nas obras de Transposição do Rio São Francisco.

Na terça-feira, a PF cumpriu quatro das cinco prisões preventivas decretadas na operação: Apolo Santana Vieira, Eduardo Freire Bezerra Leite e João Carlos Lyra Pessoa de Melo Filho, líderes da organização, e Arthur Roberto Lapa Rosal, investigado com testa de ferro do grupo, assim como Morato.

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