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SÃO PAULO – Conforme apontou um laudo da Polícia Federal, a Camargo Corrêa, investigada pela Operação Lava Jato, pagou R$ 3 milhões para o Instituto Lula e outros R$ 1,5 milhão a LILS Palestras Eventos e Publicidade, do ex-presidente da República.
É a primeira vez que as investigações encontram um elo entre uma das empresas investigadas pela Operação, que apura a corrupção na Petrobras, com o ex-presidente. De acordo como o laudo, entre 2011 e 2013, são três pagamentos de R$ 1 milhão cada ao Instituto Lula registrados como “Contribuições e Doações” e “Bônus Eleitorais”. O documento não explica as razões para o pagamento.
Os pagamentos foram anexados ao inquérito que apura a participação da Camargo Corrêa e executivos no esquema de corrupção.
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A construtora informou à Receita Federal, no mesmo período, que pagou R$ 1,5 milhão a LILS Palestras, Eventos e Publicidade, que foi criada por Lula após a sua saída do Planalto e era responsável pelo contratos de palestras e eventos feitos por Lula no Brasil e no exterior.
Em relação aos pagamentos ao LILS, cujo endereço declarado é a própria residência de Lula, em São Bernardo do Campo, a empreiteira registrou depósito em conta corrente de R$ 337,5 mil, em 26 setembro de 2011, R$ 815 mil, em 17 de dezembro de 2012, e R$ 375,4 mil, em 26 de julho de 2013. Os valores são tratados pela empreiteira como serviços de “consultoria”.
O mesmo documento da PF constam os pagamentos da Camargo Corrêa para a JD Assessoria e Consultoria, empresa do ex-ministro José Dirceu. Foram lançados 10 depósitos bancários totalizando R$ 900 mil entre 2010 e 2011.
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Ao jornal O Estado de S. Paulo, a assessoria de imprensa do Instituto Lula informou que os valores registrados na contabilidade da Camargo Corrêa foram doados legalmente, sem qualquer relação com a Petrobras ou eleições. “O Instituto Lula não prestou nenhum serviço eleitoral, tampouco emite bônus eleitorais, o que é uma prerrogativa de partidos políticos, portanto deve ser algum equívoco.”
“Os valores citados no seu contato foram doados para o Instituto Lula para a manutenção e desenvolvimentos de atividades institucionais, conforme objeto social do seu estatuto, que estabelece, entre outras finalidades, o estudo e compartilhamento de políticas públicas dedicadas à erradicação da pobreza e da fome no mundo”. A assessoria ainda afirmou que “os três pagamentos para a LILS são referentes a quatro palestras feitas pelo ex-presidente, todas elas eventos públicos e com seus respectivos contratos”.
A Camargo Corrêa afirmou em nota que as contribuições ao Instituto Lula referem-se a apoio institucional e ao patrocínio de palestras do ex-presidente no exterior. A defesa do ex-ministro José Dirceu informou que já prestou esclarecimentos sobre os serviços prestados pela JD Consultoria a empresas investigadas pela Lava-Jato.
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