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SÃO PAULO – Em delação premiada, o ex-vice da Caixa Econômica Federal Fábio Cleto afirmou que a antiga LLX Logística, empresa que era do empresário Eike Batista, pagou propina a ele próprio e ao deputado afastado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) para obter recursos do fundo de investimentos do FGTS, segundo informações da Folha de S. Paulo. Os citados negam envolvimento com irregularidades e dizem desconhecer as acusações de Cleto; já o advogado do delator disse que não iria comentar.
Cleto era integrante do conselho do FI-FGTS e opinava nas liberações dos recursos para empresas. A delação aponta pagamento de propina para uma compra de debêntures de R$ 750 milhões da LLX, então braço de logística do grupo de Eike, a EBX. Em 2013, em meio a crise nos seus negócios, Eike Batista vendeu o controle da LLX por R$ 1,3 bilhão para a gestora americana de energia EIG. A LLX mudou de nome no final de 2013 e virou a Prumo Logística (PRML3).
De acordo com a Folha, as debêntures foram adquiridas pelo fundo de investimentos do FGTS em 2012. Depois disso, o FI-FGTS liberou recursos para a construção de um porto, à época um dos megaprojetos de Eike. Cleto afirmou que a liberação dos recursos envolveu o pagamento de propina pela LLX, mas não disse ter tratado diretamente com Eike Batista sobre o assunto. Segundo apuração da Folha, Cleto detalhou ter recebido ao menos R$ 240 mil da LLX e afirmou que Cunha também recebeu propina, mas sem detalhar os repasses ao peemedebista. De acordo com o delator, o operador de Cunha era o corretor de valores Lúcio Bolonha Funaro, aliado do peemedebista.