Em três meses, Bolsonaro vê avaliação positiva cair para 35% e otimismo com mandato recuar 13 pontos

Resultado mostra nível de aprovação de Bolsonaro pior do que de seus quatro antecessores imediatos eleitos. Desempenho só é melhor do que de Itamar Franco e Michel Temer

Marcos Mortari

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SÃO PAULO – A menos de uma semana de completar 100 dias de governo, o presidente Jair Bolsonaro (PSL) mantém trajetória descendente em seu nível de aprovação e carrega números piores do que seus quatro antecessores imediatos eleitos (Dilma Rousseff, Luiz Inácio Lula da Silva, Fernando Henrique Cardoso e Fernando Collor de Melo) no mesmo momento de seus respectivos mandatos.

É o que mostra a sexta edição da pesquisa mensal XP/Ipespe, realizada entre os dias 1º e 3 de abril. Segundo o levantamento, as avaliações positivas (“ótimo” e “bom”) atribuídas pelos entrevistados ao governo caíram de 40% para 35% de janeiro para cá. No mesmo período, o nível “regular” oscilou de 29% para 32%, ao passo que as avaliações negativas subiram de 20% para 26%.

Gráfico I: Avaliação dos governos ao longo do tempo

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O resultado só não é pior do que os de Itamar Franco e de Michel Temer com tempo similar de mandato – ambos assumiram a presidência em decorrência da queda dos titulares do cargo antes do fim de suas gestões: Collor e Dilma, respectivamente.

Gráfico II: Histórico de aprovação do presidente (“ótimo” + “bom”)

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A XP/Ipespe também mostrou que, para 50% dos entrevistados, Bolsonaro deverá fazer um governo ótimo ou bom, desempenho 13 pontos percentuais menor do que o registrado em janeiro. Do lado negativo, as expectativas por uma gestão ruim ou péssima foram de 15% para 23% no período. A pesquisa ouviu 1.000 eleitores de todas as regiões do país e tem margem máxima de erro de 3,2 pontos percentuais para cima ou para baixo.

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Gráfico III: Pensando no restante do mandato, o(a) sr.(a) acredita que o presidente Jair Bolsonaro fará um governo…

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A pesquisa também ouviu os eleitores quanto às expectativas para o combate à corrupção, uma das principais pautas da campanha do ano passado e dos atuais debates políticos. Na opinião de 43%, a corrupção terá diminuído nos próximos seis meses. O resultado representa uma oscilação de 1 ponto percentual em comparação com os dois meses anteriores, mas uma queda de 11 pontos em relação a janeiro. Já as expectativas de aumento na prática foram de 16% no mês da posse para atuais 24%.

Gráfico IV: Daqui a seis meses, a corrupção terá…

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Ainda de acordo com o levantamento, os eleitores mantêm avaliação de que o presidente Bolsonaro tem sofrido com notícias mais desfavoráveis do que positivas na imprensa. As respostas negativas somaram 42% em abril, ante 43% um mês antes. Em comparação com o início do ano, o salto é de 15 pontos percentuais.

Gráfico V: Pelo que o(a) sr.(a) sabe ou ouviu falar, as notícias que saíram recentemente sobre o governo federal e o presidente Jair Bolsonaro, na televisão, nos rádios e na internet foram…

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Metodologia
A pesquisa XP/Ipespe foi feita por telefone e ouviu 1.000 entrevistados em todas as regiões do país. Os questionários foram aplicados por entrevistados e submetidos a fiscalização posterior. O nível de confiança é de 95,45%, o que significa que, se o questionário fosse aplicado mais de uma vez no mesmo período e sob as mesmas condições, esta seria a chance de o resultado se repetir dentro da margem máxima de erro, estabelecida em 3,2 pontos percentuais. A amostra representa a totalidade dos eleitores brasileiros com acesso à rede telefônica fixa e a telefone celular, sob critérios de estratificação por sexo, idade, nível de escolaridade, renda familiar etc.

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Marcos Mortari

Responsável pela cobertura de política do InfoMoney, coordena o levantamento Barômetro do Poder, apresenta o programa Conexão Brasília e o podcast Frequência Política.