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SÃO PAULO – O vice-presidente Michel Temer enviou uma carta de três páginas à presidente Dilma Rousseff em tom de desabafo. Temer mostra a sua insatisfação com o seu papel exercido desde que assumiu o cargo de vice, em 2011, enumerando uma série de episódios em que se sentiu colocado de lado das decisões governamentais.
“Sempre tive ciência da absoluta desconfiança da senhora e do seu entorno em relação a mim e ao PMDB. Desconfiança incompatível com o que fizemos para manter o apoio pessoal e partidário ao seu governo”, afirmou.
Temer encerrou a carta dizendo que ela não confia nele nem no PMDB. A vice-presidência informou a ela que a carta não é uma declaração de rompimento com o governo Dilma, e sim uma preparação para a conversa que ela diz que quer ter em breve com o vice.
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Para o vice, o tom da fala da presidente levanta a desconfiança de que ela não confia nele.
Temer falou no documento que tem atuado pela unidade do PMDB e se queixou de ver no governo um esforço para dividir o principal sócio de Dilma no Palácio do Planalto, revelando a falta de confiança dela.
Ele ainda falou que passou “os quatro primeiros anos de governo como vice decorativo. A Senhora sabe disso. Perdi todo protagonismo político que tivera no passado e que poderia ter sido usado pelo governo. Só era chamado para resolver as votações do PMDB e as crises políticas”.
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Pelo Twitter, a assessoria da vice-presidência afirmou que Temer enviou carta em caráter pessoal à presidente da República Dilma Rousseff e “não lhe deu publicidade”.
“Em face da confidencialidade, surpreendeu-se com sua divulgação. Portanto, a Assessoria esclarece que: diante da informação de que a presidente o procuraria para conversar, Michel Temer resolveu apontar por escrito fatores reveladores da desconfiança que o governo tem em relação a ele e ao PMDB. Ele rememorou fatos ocorridos nestes últimos cinco anos, mas somente sob a ótica da debate da confiança que deve permear a relação entre agentes públicos responsáveis pelo país. Não propôs rompimento entre partidos ou com o governo. Exortou, pelo contrário, a reunificação do país, como já o tem feito em pronunciamentos anteriores. E manterá a discussão pessoal privada no campo privado”, afirmou.
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