Em semana com Copom e PIB, Temer lutará para sobreviver no cargo com “pacote de bondades”

Enquanto cenário político segue agitado e mercado de fica de olho nas chances de Temer seguir como presidente, agenda de indicadores ganha força

Rodrigo Tolotti

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SÃO PAULO – Passado o caos com a delação dos irmãos Batista, o mercado passou a assimilar melhor as possibilidade futuras, dando o “benefício da dúvida” para a política doméstica, o que levou o Ibovespa a subir 2,31% nesta semana. Mas com os riscos sobre as reformas, o julgamento da chapa Dilma-Temer no TSE e agora com uma agenda de indicadores bastante agitada, o mercado deve ficar bem agitado nos próximos dias.

Enquanto todos seguirão de perto os eventos políticos entre 29 de maio e 2 de junho, com discussões sobre reforma trabalhista e da Previdência, uma possível renúncia de Temer – que tem cada vez menos chance – e a proximidade do julgamento do TSE – marcado para 6 de junho -, o presidente prepara um “pacote de bondades” para tentar recuperar o apoio perdido.

Segundo o jornal Valor Econômico, no Planalto, a aposta é de que “a economia vai segurar o governo”. Para isso, foi criada uma agenda positiva turbinada para os próximos dias, com medidas provisórias relativas ao refinanciamento das dívidas dos empresários (Refis) e dos produtores rurais (Funrural) já prontas no Ministério da Fazenda.

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Entre diversos eventos, a publicação diz que o governo vai se empenhar para aprovar a reforma trabalhista na CAE (Comissão de Assuntos Econômicos) do Senado. Enquanto isso, diversos indicadores irão agitar os dias dos investidores brasileiros.

Ainda na segunda-feira (29) será feriado nos Estados Unidos, deixando Wall Street fechado e reduzindo a liquidez na B3. Porém, é importante lembrar que os investidores têm deixado os eventos externos em segundo plano. Mesmo assim, dois importantes indicadores serão divulgados nos EUA e devem afetar principalmente o câmbio por terem relação com futura decisão do Federal Reserve sobre juros.

O primeiro será o conjunto de dados de inflação, que sairão às 9h30 (horário de Brasília) da terça-feira (30). Enquanto isso, na sexta (2), será apresentado o Relatório de Emprego, que ganha mais importância após as sinalizações mais “dovish” do Fed na ata do Fomc divulgada nesta semana. Com menos força, o mercado deve ficar de olho ainda no Livro Bege na quarta-feira e discursos de dirigentes do Fed.

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Agenda doméstica agitada
Por aqui, a agenda promete agitar bastante o mercado. Na quarta é a vez do Copom (Comitê de Política Monetária) decidir a nova taxa básica de juros, em um cenário de incerteza após o estouro da crise política. As apostas de corte de 125 pontos-base eram cada vez maiores antes da delação, mas o mercado mudou completamente a projeção diante da situação atual do governo.

Nos últimos dias, algum alívio retornou e as apostas majoritárias apontam para BC manter o ritmo de corte de 100 pontos, levando a Selic a 10,25%. Mesmo que essa aposta se confirme, porém, a crise política ainda poderá encurtar o ciclo total dos cortes (veja mais clicando aqui).

No dia seguinte será a vez do PIB (Produto Interno Bruto) do primeiro trimestre, que sairá às 9h. O indicador pode mostrar, no comparativo trimestral, a volta de algum crescimento após dois anos de recessão. Segundo projeção compilada pela Bloomberg, o resultado deve ser uma expansão de 1,2% da economia, enquanto no acumulado de 12 meses o País ainda deve mostrar retração, mesmo que menor.

Se o investidor já está tendo dificuldade para seguir todo o noticiário político, na próxima semana a tendência é que o cenário fique ainda pior. Para conferir a agenda completa de indicadores, clique aqui.

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Rodrigo Tolotti

Repórter de mercados do InfoMoney, escreve matérias sobre ações, câmbio, empresas, economia e política. Responsável pelo programa “Bloco Cripto” e outros assuntos relacionados à criptomoedas.