Em reunião com líderes da base, Dilma recebe manifesto contra impeachment

A carta contou com assinatura inclusive do líder do PMDB na casa, Leonardo Picciani (PMDB-RJ), aliado de Eduardo Cunha (PMDB-RJ), declarado opositor desde julho

Marcos Mortari

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SÃO PAULO – Presidentes de partidos e líderes aliados ao governo na Câmara dos Deputados entregaram à presidente Dilma Rousseff, na manhã desta terça-feira (15), um manifesto de apoio à sua permanência e contra qualquer tentativa de impeachment. A carta contou com assinatura inclusive do líder do PMDB na casa, Leonardo Picciani (PMDB-RJ), aliado de Eduardo Cunha (PMDB-RJ) – declarado opositor desde julho -, mesmo em um momento conturbado para a relação entre o partido e o governo.

Picciani disse que a presidenta está “100% forte no cargo” e criticou movimentos da oposição que, desde o início do segundo mandato, vêm buscando fundamentos para abertura de um processo de impedimento do governo. Há cinco dias, quatro partidos de oposição lançaram um manifesto virtual a favor da saída de Dilma. “Tenho a percepção de que eleição se disputa até as 17h do dia do pleito, após isso tem que se respeitar o resultado das urnas, pode se fazer oposição e críticas, mas tem que respeitar o mandato”, provocou.

O presidente do PT, Rui Falcão, que também participou do café da manhã, comparou o documento a um ato de defesa da democracia, mas garantiu que não é um movimento para impedir a ação da oposição no Congresso. “[A oposição] tem direito de fazer o que quiser, mas aqui vamos nos manifestar também para mostrar para sociedade brasileira que não é por que alguém acha que o governo não vai bem que tem o direito de retirar o mandato à força”, disse.

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A reunião marcada pela presidente teve como proposta discutir estratégias para aprovar o pacote de medidas para o Orçamento de 2016, anunciado pelos ministros Joaquim Levy (Fazenda) e Nelson Barbosa (Orçamento) na véspera. Ao todo, foram apresentados cortes que somam R$ 26 bilhões em despesas e aumento de R$ 40,2 bilhões na arrecadação. Do lado da tesoura, ganha destaque a proposta de atraso de sete meses no ajuste do salário dos servidores públicos, o congelamento de concursos públicos, além de cortes no PAC, no programa Minha Casa, Minha Vida e nos gastos constitucionais com a saúde – que precisarão contar com a ajuda das emendas obrigatórias de parlamentares para atingir a cota estabelecida.

Na ponta dos impostos, o destaque ficou com a volta da CPMF (Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira), com previsão de arrecadação de R$ 32 bilhões. Também haverá alteração na alíquota de Imposto de Renda que incide sobre operações de bens de valor superior a R$ 1 milhão e um leve aumento na taxa sobre os Juros sobre o Capital Próprio, dentre outras medidas.

Conforme noticiou o jornal O Globo, participaram da reunião com Dilma nesta manhã dez líderes de partidos aliados e dois vice-líderes. Entre os ministros, estavam presentes, além de Levy e Barbosa, Aloizio Mercadante (Casa Civil) e Ricardo Berzoini (Comunicações). Do lado dos líderes, José Guimarães (Governo), Leonardo Picciani (PMDB), André Figueiredo (PDT), Aluísio Mendes (PSDC), Domingos Neto (PROS), Eduardo da Fonte (PP), Jandira Feghali (PCdoB), Marcelo Aro (PHS), Maurício Quintela (PR), Rogério Rosso (PSD), Ságuas Moraes (vice-líder do PT) e Wilson Filho (vice-líder do PTB) marcaram presença. À tarde, o encontro da presidente será com os senadores da base.

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Marcos Mortari

Responsável pela cobertura de política do InfoMoney, coordena o levantamento Barômetro do Poder, apresenta o programa Conexão Brasília e o podcast Frequência Política.