Em editorial, jornal Estadão diz que Janot foi “feito de bobo” e que deveria renunciar

Questionando sua competência, o jornal diz que o procurador-geral da República se deixou seduzir pela possibilidade de pegar ninguém menos que Michel Temer 

Paula Barra

Ex-procurador-Geral da República, Rodrigo Janot (Crédito: Agência Brasil)

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SÃO PAULO – Apontando que um dano terrível ao trabalho dos que levam a sério a luta contra a corrupção, o editorial desta quarta-feira (6) do jornal O Estado de S. Paulo diz o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, deveria ter renunciado ontem ao cargo, sem esperar a data regulamentar de 17 de setembro, após ter sido “feito de bobo por um criminoso confesso” e ter se deixado seduzir pela possibilidade de pegar ninguém menos que o presidente da República, Michel Temer, cuja a cabeça foi oferecida pelo finório Joesley Batista. 

O texto questiona a competência de Janto à frente da Procuradoria-Geral da República após agir sem tomar a devida precaução e considerar que a delação de Joesley e o flagrante armado pelo empresário contra Temer bastavam como prova de que o presidente “ludibriou os cidadãos brasileiros”. Janot, cita o editorial, desconsiderou – em uma ação imprudente – as suspeitas que recaíam contra o seu auxiliar, o procurador Marcelo Miller, que teria ajudado Joesley a preparar a delação contra Temer, apontando que, na época, o procurador-geral da República chegou a dizer que nada havia contra Miller. 

Diante dos fatos, finaliza o texto, qualquer observador de bom senso há de questionar as intenções de Joesley e a competência de Rodrigo Janot. “Ao procurador-geral faltaram tino profissional e bom senso. E de nada adianta vir agora dizer que tudo foi feito de ‘boa-fé’. Não se brinca dessa forma com o País”, conclui o jornal. 

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