Em Brasília, Tarcísio articula anistia a Bolsonaro no início do julgamento no STF

Governador paulista evita agenda pública ligada ao processo, mas pressiona pela pauta da anistia em meio à resistência no Congresso

Marina Verenicz

Ex-presidente Jair Bolsonaro e o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas - Foto: Alan Santos/PR
Ex-presidente Jair Bolsonaro e o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas - Foto: Alan Santos/PR

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O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), está em Brasília nesta terça-feira (2), no mesmo dia em que o Supremo Tribunal Federal (STF) iniciou o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e de outros sete réus acusados de participação em uma tentativa de golpe de Estado em 2022.

Aliado de primeira hora do ex-presidente, Tarcísio aproveita a estadia na capital para tratar de articulações em favor de uma anistia a Bolsonaro, bandeira que ele próprio tem defendido publicamente nas últimas semanas.

Apesar disso, não há registros de que tenha pedido autorização para visitar o ex-presidente, em prisão domiciliar, ou que acompanhe presencialmente as sessões do julgamento.

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Agenda oficial

Na agenda oficial divulgada pelo governo paulista, consta apenas uma reunião com o diretor-geral da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), Sandoval Feitosa. Nos bastidores, porém, aliados relatam que o governador busca abrir espaço para conversas políticas sobre a pauta da anistia.

Segundo a CNN, Tarcísio chegou a telefonar ao presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), para discutir a possibilidade de avanço de um projeto que conceda perdão a investigados tanto pela suposta trama golpista quanto pelos atos de 8 de janeiro de 2023.

A movimentação, no entanto, encontra resistência no entorno do presidente da Câmara, que considera inoportuno discutir anistia enquanto o STF julga Bolsonaro e seus aliados.

Sinalizações recentes

Nos últimos dias, Tarcísio reforçou sua posição em entrevistas: declarou que, se eleito presidente da República, sua primeira medida seria conceder indulto a Jair Bolsonaro. O gesto tem sido interpretado como uma forma de manter a fidelidade ao eleitorado bolsonarista e de se consolidar como herdeiro político do ex-presidente.