“Elite brasileira deveria ter vergonha”, diz Lula sobre investimento em educação

Presidente disse em evento de inauguração no RJ que "foi preciso um torneiro mecânico" assumir cadeira para investir em universidades

Marina Verenicz

Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, durante cerimônia de inauguração da Nova Sede da Unidade de Campos dos Goytacazes da Universidade Federal Fluminense – UFF Campos.

Rua Santiago Carvalhido Filho, nº 85, Centro – Campos dos Goytacazes - RJ.

 

Foto: Ricardo Stuckert / PR
Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, durante cerimônia de inauguração da Nova Sede da Unidade de Campos dos Goytacazes da Universidade Federal Fluminense – UFF Campos. Rua Santiago Carvalhido Filho, nº 85, Centro – Campos dos Goytacazes - RJ. Foto: Ricardo Stuckert / PR

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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) voltou a criticar a elite brasileira nesta segunda-feira (15), ao afirmar que o país sempre negligenciou o investimento em educação pública.

Durante a inauguração do novo campus da Universidade Federal Fluminense (UFF), em Campos dos Goytacazes (RJ), Lula afirmou que as camadas mais ricas do país “deveriam ter vergonha” por não priorizarem a área.

“Eu acho que a elite brasileira deveria se olhar no espelho e ter vergonha. Porque foi preciso um torneiro mecânico, sem diploma universitário, governar esse país para ser o presidente que mais criou universidades e institutos federais na história do Brasil”, declarou.

Ao lado do ministro da Educação, Camilo Santana, do deputado federal Lindbergh Farias (PT-RJ) e do prefeito Wladimir Garotinho (sem partido), Lula afirmou que o Brasil “nunca acreditou na educação”. Ele relembrou que foi o último país do Ocidente a abolir a escravidão e criticou a demora histórica para garantir direitos básicos como o voto feminino e a criação de universidades públicas.

“Esse país foi o último a acabar com a escravidão, o último a fazer a independência, o último a permitir o voto das mulheres e o último a ter uma universidade federal”, disse.

No entanto, algumas das afirmações do presidente carecem de precisão histórica. O Brasil não foi o último a conquistar a independência — o Sudão do Sul, por exemplo, tornou-se independente apenas em 2011. Também não foi o último a abolir a escravidão: países como Mauritânia (1981) e Paquistão (1992) fizeram isso depois. Já a primeira universidade federal brasileira, a UFRJ, foi criada em 1937 — várias nações só instituíram ensino superior público após essa data.

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Durante o evento, o presidente anunciou novas medidas voltadas para estudantes de baixa renda, como a publicação de um edital de chamada pública para cursinhos populares.

A iniciativa pretende beneficiar 5.200 alunos com um auxílio permanência de R$ 200 mensais, voltado a apoiar os estudos e ampliar o acesso ao ensino superior.

O governo federal investiu R$ 72,4 milhões na nova estrutura da UFF Campos, que visa ampliar o acesso ao ensino público de qualidade no interior do estado.