Eleições para governador podem alterar configuração do Senado para 2023; entenda

Ao todo, 5 senadores com mandato até 2027 podem ser eleitos governadores neste domingo

Marcos Mortari

Plenário do Senado Federal (Edilson Rodrigues/Agência Senado)

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Quatro semanas após a eleição que definiu a composição do Senado Federal para os próximos quatro anos, a casa legislativa pode sofrer novas modificações dependendo do resultado do segundo turno das disputas pelo Poder Executivo nos estados.

Ao todo, 5 senadores com mandato até 2027 podem ser eleitos governadores neste domingo (30). Caso isso aconteça, eles teriam que ao cargo no Congresso Nacional, abrindo espaço para que seus suplentes assumissem a posição. Os movimentos podem alterar a correlação de forças entre os partidos na casa.

Senadores estão diretamente envolvidos nas eleições para o governo nas seguintes Unidades da Federação: Alagoas, Amazonas, Rondônia, Sergipe e Santa Catarina.

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Em Alagoas, o senador Rodrigo Cunha (União Brasil) tenta reverter o placar do primeiro turno, que deu vantagem de 301.764 votos ao atual governador, Paulo Dantas (MDB). Naquela votação, o parlamentar recebeu 26,79% dos votos válidos, contra 46,64% do candidato à reeleição.

No Amazonas, é o senador Eduardo Braga (MDB) que luta contra a reeleição do governador Wilson Lima (União Brasil). O parlamentar larga em desvantagem após ter recebido 20,99% dos votos válidos no primeiro turno, contra 42,82% de seu adversário.

O quadro é similar ao de Rondônia, onde o governador Coronel Marcos Rocha (União Brasil) enfrenta o senador Marcos Rogério (PL) em busca de um novo mandato. Neste caso, contudo, a vantagem conquistada pelo incumbente foi muito menor: apenas 15.621 votos (38,88% a 37,05%).

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A situação se inverte nos outros dois estados. Em Santa Catarina, a vantagem é do senador Jorginho Mello (PL), que encerrou o primeiro turno com 1.575.912 votos (38,61% dos válidos) − mais que o dobro de seu adversário, Décio Lima (PT).

Já em Sergipe, o senador Rogério Carvalho (PT) largou na frente no primeiro turno, com 44,70% dos votos válidos. Seu adversário, o deputado federal Fábio Mitidieri (PSD), ficou com 38,91% dos votos.

No caso de 4 senadores que disputam posições no Poder Executivo, o suplente é filiado a outra legenda. Rodrigo Cunha tem como suplente Dra. Eudocia (PDB). Marcos Rogério tem o tucano Samuel Pereira de Araujo (PSDB). Já Jorginho Mello será substituído por Ivete da Silveira (MDB) caso eleito, e Rogério Carvalho por Jorge Mitidieri (PSD).

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Apenas Eduardo Braga tem uma suplente do mesmo partido: Sandra Backsmann Braga (MDB), sua esposa. Os dados de filiação partidária utilizados para esta reportagem se baseiam em informações disponibilizadas pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Veja a lista dos parlamentares e os respectivos suplentes:

Estado Senador Suplente 1 Suplente 2
AL Rodrigo Cunha (União Brasil) Dra. Eudocia (PSB) Henrique Arruda Guimarães (Podemos)
AM Eduardo Braga (MDB) Sandra Backsmann Braga (MDB) Miguel Capobiango Neto (MDB)
RO Marcos Rogério (PL) Samuel Pereira de Araujo (PSDB) Severino dos Ramos Marcelino da Silva (PMB)
SC Jorginho Mello (PL) Ivete da Silveira (MDB) Jose Roberto Martins (PL)
SE Rogério Carvalho (PT) Jorge Mitidieri (PSD) Maria da Conceição dos Anjos (PSD)

Considerando a configuração partidária que saiu das urnas em 2 de outubro, o PL pode perder até 2 assentos no Senado Federal, mas ainda assim não veria sua hegemonia ameaçada na casa legislativa.

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Já União Brasil e PT poderiam perder 1 posição, ao passo que MDB, PSB, PSD e PSDB têm chance de conquistar 1 assento, dependendo do resultado das eleições para governador.

Veja as possíveis variações no quadro partidário do Senado Federal, considerando a primeira suplência de cada parlamentar que participa do pleito:

Partido Nova bancada Mínimo Máximo
PL 15 13 15
PSD 11 11 12
União Brasil 10 9 10
MDB 9 9 10
PT-PCdoB-PV 9 9 8
Podemos 6 6 6
PP 6 6 6
PSDB-Cidadania 5 5 6
PDT 3 3 3
Republicanos 3 3 3
Pros 1 1 1
PSB 1 1 2
PSC 1 1 1
Rede 1 1 1

Vale destacar, no entanto, que a correlação de forças partidárias definida pelas urnas em outubro pode e deve ser modificada ao longo da legislatura.

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Isso porque, ao contrário do que ocorre na Câmara dos Deputados, os senadores não se submetem ao instituto da fidelidade partidária e, por entendimento do próprio Supremo Tribunal Federal (STF), têm maior liberdade para mudar de sigla sem o risco de perderem o cargo.

Marcos Mortari

Responsável pela cobertura de política do InfoMoney, coordena o levantamento Barômetro do Poder, apresenta o programa Conexão Brasília e o podcast Frequência Política.