Eleições nos EUA: debate democrata esquenta corrida para tentar substituir Trump

Encontro desta quinta-feira começa a mostrar quem são os principais nomes que devem disputar as eleições 2020 nos EUA

Rodrigo Tolotti

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SÃO PAULO – Na noite desta quinta-feira (12) ocorre o terceiro dos seis debates com candidatos democratas à eleição de 2020 nos Estados Unidos. Mas o que pode parecer só mais uma etapa na corrida eleitoral é um ponto de virada na campanha para definir quem irá disputar o cargo de presidente com os republicanos – provavelmente contra Donald Trump.

Isso acontece porque este será o primeiro debate democrata que ocorrerá em apenas uma noite. Até então, os encontros em junho e julho foram divididos em dois cada um por conta da grande quantidade de candidatos.

Para participar do debate desta noite, era preciso cumprir uma série de requisitos para participar, como ter doação de pelo menos 130 mil pessoas e 2% ou mais das intenções de votos em quatro pesquisas aprovadas pelo Comitê Nacional Democrata (DNC). Com isso, a lista de candidatos participantes caiu de 20 nos dois primeiros debates, para “apenas” 10 nesta quinta.

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Agora, os eleitores começam a ver quem são realmente os principais candidatos a representar o partido democrata no pleito de 2020. Esta será a primeira vez que dois dos principais nomes na corrida, o ex-vice-presidente Joe Biden e a senadora Elizabeth Warren, irão se enfrentar cara a cara em um debate.

Quem são os candidatos

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Como está a disputa

Enquanto do lado democrata a disputa está intensa, com muitos candidatos e fortes discussões, o lado republicano está mais tranquilo. Apesar de ser praticamente certo que Donald Trump será o escolhido para tentar a reeleição, Joe Walsh e Bill Weld se apresentam como opções.

Segundo a equipe da XP Política, porém, se formos considerar os resultados históricos, Trump já é o candidato. Desde o início do século XX, nenhum presidente deixou de ser nomeado candidato por seu partido à reeleição. No século XIX, foram seis casos em que os partidos abandonaram seus presidentes, sendo o último o de Chester Arthur, em 1884.

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Do lado democrata, segundo os analistas da XP, apesar de ainda haver muitos nomes, a disputa já se mostra mais concentrada em três candidatos: Joe Biden, Bernie Sanders e Elizabeth Warren, sendo que os dois últimos aparecem mais à esquerda no espectro político.

Uma pesquisa feita pelo Wall Street Journal em julho mostra que apenas 12% do eleitorado das primárias democratas já estão certos em quem vão votar, o que reforça a análise de que a popularidade de cada um mostrará a facilidade com que eles poderão aumentar suas bases de apoio.

Um monitoramento do site de pesquisas Five Thirty Eight, feito entre 1 e 25 de agosto, indica como está cada candidato. Apesar de Joe Biden ser o líder de todas as pesquisas de intenção de voto, Warren é a pré-candidata mais bem vista pelo eleitorado.

Biden e Sanders são os candidatos mais conhecidos – 94% e 92% disseram ter uma opinião sobre eles -, enquanto apenas 83% têm uma opinião sobre Warren. “De todo modo, a pesquisa é mais uma que mostra Elizabeth Warren, Bernie Sanders e Joe Biden como os principais concorrentes”, avalia a XP Política.

Como funciona o debate

Os dez candidatos ficarão lado a lado em uma ordem estabelecida conforme os resultados das pesquisas recentes, deixando os que têm maior intenção de voto no centro.

Com isso, a ordem ficou: Amy Klobuchar, Cory Booker, Pete Buttigieg, Bernie Sanders, Joe Biden, Elizabeth Warren, Kamala Harris, Andrew Yang, Beto O’Rourke e Julián Castro.

No formato, cada candidato terá 1 minuto e 15 segundos para responder a perguntas, com mais 45 segundos para réplicas e tréplicas. A expectativa é que o debate dure cerca de três horas.

O encontro será realizado em Houston, no Texas, das 22h à 1h da manhã de sexta (horário de Brasília).

O calendário das primárias

Além dos debates ocorridos em junho e julho e o desta quinta, serão mais três este ano: 15 e 16 de outubro, novembro (em data a definir) e dezembro (em data a definir). Em 2020 serão mais seis debates democratas entre janeiro e abril.

No ano que vem, desde fevereiro, começam as primárias por estado, com encontros e comícios, que irão culminar, entre 13 e 16 de julho, com a convenção democrata, que irá anunciar o escolhido para representar o partido nas eleições presidenciais.

Já a convenção republicana ocorre entre 24 e 27 de agosto, que deve confirmar Trump como candidato à reeleição. A eleição está marcada para dia 3 de novembro, uma terça-feira. 

Como funciona a eleição nos EUA

O sistema americano de votação é um pouco mais complexo do que conhecemos no Brasil. Um dos fatores importantes a se ter em mente é que o voto lá não é obrigatório, então a campanha dos candidatos precisa focar também em levar a população às urnas.

Porém, o que mais chama atenção é o fato das eleições serem distritais. Basicamente, o que acontece é que o eleitor vota para o Colégio Eleitoral, sem escolher diretamente o presidente. São estes colégios que representarão os eleitores de sua unidade federativa na escolha final do futuro presidente.

Desde 1954, o Colégio Eleitoral é composto de 538 assentos, dos quais o vencedor precisa ter maioria mínima, ou seja, pelo menos 270 votos. Além disso, há o fato de que o resultado é absoluto, ou seja, se um candidato vencer com 51% dos votos em um determinado distrito, ele fica com todo o colégio eleitoral. Esse sistema é conhecido como “The Winner Takes It All” (“O Vencedor Leva Tudo”).

Como cada estado tem uma quantidade diferente de representantes, isso permite que um determinado candidato possa ter mais votos totais no país, mas acabar derrotado por não conseguir o número suficiente de colégios eleitorais para ser eleito. 

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Rodrigo Tolotti

Repórter de mercados do InfoMoney, escreve matérias sobre ações, câmbio, empresas, economia e política. Responsável pelo programa “Bloco Cripto” e outros assuntos relacionados à criptomoedas.