Eleição: os 3 fatores para determinar vencedor e o que Dilma pode mudar se for reeleita

Segundo Barclays, Dilma pode anunciar algumas medidas de política econômica úteis, principalmente na área fiscal, mas ainda deve enfrentar ceticismo do mercados

Lara Rizério

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SÃO PAULO – A campanha eleitoral começa a ganhar forças e, com isso, o mercado deve ficar ainda mais focado nas medidas que o novo presidente deve realizar para reagir ao pessimismo na economia e recuperar o crescimento nacional. 

E, segundo o Barclays ressaltou em relatório, caso a presidente Dilma Rousseff (PT) seja reeleita, como as pesquisas sugerem, ela pode anunciar algumas medidas de política econômica úteis, principalmente na área fiscal. 

Porém, deve ser considerado um certo ceticismo do que os mercados estariam dispostos a aceitar somente com os anúncios. “A reputação e a credibilidade teria de ser reconstruída de forma gradual, com cumprimento de metas e não se desviando do curso de ação pré-estabelecido”.

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Por outro lado, caso um candidato da oposição (sendo os mais prováveis ou Aécio Neves ou Eduardo Campos) vencer, isso daria início a um novo regime e, potencialmente, apresentar uma equipe econômica mais amigável ao mercado. Desta forma, aponta a equipe econômica do banco liderada por Marcelo Salomon, o governo poderia obter mais espaço dos mercados para respirar, atenuando assim a volatilidade do mercado. 

Conforme aponta o economista do banco, Dilma segue na liderança nas pesquisas de opinião mas, com o estreitamento da presidente em relação aos oposicionistas nos últimos levantamentos sinaliza que pode haver um segundo turno, que ocorrerá no dia 26 de outubro. 

O foco do mercado nas pesquisas eleitorais, aponta o Barclays, reflete percepção da necessidade de um candidato associado com novas medidas econômicas para enfrentar o pessimismo que
afeta a economia e para ajudar a impulsionar o crescimento.

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Os três fatores cruciais para a eleição
De acordo com o Barclays, alguns fatores devem guiar o sucesso do candidato nas eleições, assim como a volatilidade dos mercados. São eles: a atividade econômica, a exposição na mídia e a capacidade para emergir como um agente de mudança.

1. Atividade econômica: Salomon ressalta que há uma clara correlação positiva entre a atividade econômica e o apoio político, tendo como destaque o mercado de trabalho, que mantém o desemprego baixo e os consumidores mais satisfeitos. 

“Enquanto os mercados de trabalho continuam mostrando uma taxa baixa de desemprego no Brasil, acreditamos que a desaceleração da demanda interna já começou a ter um impacto negativo”, afirma o economista. Além disso, o mercado de trabalho está encolhendo em um ritmo relativamente rápido, podendo aumentar a pressão sobre a população desempregada e empurrando o desemprego a taxas mais elevadas. Por outro lado, aponta, a Copa do Mundo pode ter ampliado a desaceleração em curso da atividade econômica, com queda na produtividade e mais feriados. 

2. Exposição na mídia: neste caso, a presidente Dilma Rousseff está claramente à frente, com a maior tempo nos programas de rádio e TV da campanha que começam na 19 de agosto (com quase 12 minutos de tempo de rádio e TV por dia, quase três vezes mais do que Neves e seis vezes maior do que o tempo de Campos.

“O tempo de TV é uma vantagem; no entanto, nota-se que em 2002, o candidato José Serra, do PSDB, teve quase o dobro do tempo do candidato do PT, Lula, mas esta vantagem não foi suficiente para ganhar a presidência. O impulso para a mudança foi o maior condutor”, ressalta. 

Além disso, esta será a primeira eleição em que a mídia social pode desempenhar um papel importante. Porém, ainda não está claro quais os candidatos irão se beneficiar deste instrumento poderoso. 

3. Incorporar discurso de agenda de mudança:  De acordo com a última pesquisa Ibope,  70% dos eleitores brasileiros querem que o próximo presidente adote um curso diferente da gestão atual da presidente Dilma Rousseff. Porém, nenhum dos candidatos da oposição se firmaram como esse agente transformador.

Em 2002, quando o presidente Lula foi eleito, houve um apoio popular semelhante para a mudança. “Portanto, cremos que o candidato apresentado como o agente eficaz de mudança deve angariar uma grande quantidade de votos. Embora a presidente Dilma tenha a vantagem inicial nas pesquisas, as tendências atuais indicam que ela está perdendo terreno, ao mesmo tempo em que o índice de desaprovação do seu governo está subindo. Se um candidato da oposição surge como um agente de mudança, acreditamos que o resultado poderia mudar de uma maneira muito rápida”, ressalta o Barclays.

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Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.