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SÃO PAULO – Se sua empresa está com problemas, ele pode ser “o cara” a quem você deve recorrer.
Trata-se de Ricardo Knoepfelmacher que, depois de tentar fazer a reestruturação da dívida da EBX, de Eike Batista, agora vai buscar a reestruturação das dívidas da UTC, empreiteira de Ricardo Pessoa, que foi preso no âmbito da Operação Lava Jato e foi solto após a delação premiada.
A empreiteira contratou a RK Partners, consultoria de Ricardo Knoepfelmacher, para negociar R$ 1,6 bilhão de dívidas, boa parte com bancos.
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Ricardo K já é bastante conhecido do mercado e se tornou bastante notório em outubro de 2013, quando foi contratado pelo ex-bilionário Eike Batista para reeguer seu império X através da consultoria Angra Partners.
O acordo, naquela época, previa a prestação de serviços de consultoria para elaborar o plano de recuperação judicial da antiga OGX Petróleo (OGXP3), atual OGPar ou Óleo e Gás Participações.
Algumas coisas funcionaram, com Ricardo K obtendo vitórias importantes para a antiga OGX. Dentre elas, garantir dinheiro para que as empresas continuassem funcionando. No início de 2014, a empresa de petróleo conseguiu um empréstimo-ponte de US$ 50 milhões, por meio de um contrato de pré-pagamento de exportações, com uma taxa de desconto de 20% e prazo de 60 dias para vencer.
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Eike havia recorrido a Ricardo K depois de uma tentativa frustrada de angariar a ajuda do BTG Pactual, de André Esteves, em março de 2013. A relação entre Eike e BTG durou apenas cinco meses, azedando por conta da insatisfação do empresário com a atuação do banco.
Por mais que tenha havido avanço, contudo, a relação entre a EBX e a consultoria de Ricardo K não rendeu mais frutos. No início de 2015, o seu contrato com a empresa não foi renovado.
Apesar de terem negado que houve desentendimentos, as indicações na época eram de que Eike e Ricardo K já “não estariam falando a mesma língua” sobre o futuro da OGPar.
K saiu do processo de reestruturação da OGPar, mas ele segue em busca de desafios, como pode ser observado em meio aos desafios em que ele enfrentou durante toda a sua carreira.
Ricardo K foi presidente da Brasil Telecom entre os anos de 2005 e 2008, após ter atuado como consultor de fundos de pensões de estatais. Eles brigavam, assim como o Citi, com o Opportunity pelo controle da BrT. O Opportunity deixou a empresa e encerrou a briga em 2008, enquanto Ricardo K deixou a empresa quando ela se fundiu com a Oi.
E também houve mais um caso curioso: em 2009, ele articulou um grupo de investidores para comprar a Sadia e tentou convencer a direção da empresa a não se fundir com a Perdigão. Com a alta repetina do dólar entre agosto e outubro de 2008 – quando a moeda passou de aproximadamente R$1,60 para cerca de R$ 2,40 – a Sadia registrou um grande rombo em suas contas pois estava altamente exposta a operações com derivativos cambiais que ganhavam com a perda da moeda norte-americana.
Porém, a Sadia não se convenceu e uniu-se à companhia, criando assim a BRF (BRFS3). A Sadia protagonizou um dos mais críticos efeitos da crise econômica global no Brasil em 2008.
Além da paixão por casos bastante difíceis, algumas peculiaridades cercam a vida de Ricardo K, conforme destaca em perfil feito pela revista Exame em 2013. Ele é fã declarado da 2ª Guerra Mundial e é acostumado a passar até 17 horas trabalhando. No perfil, destaca-se a sua praticidade, objetividade, rapidez, ambição e boa rede de contatos.
Desafios na UTC
E, pelos casos em que ele se envolveu e, agora, ao entrar no caso UTC, ele gosta mesmo de desafios.
A RK Partners deve finalizar um acordo para alongar dívidas com seis bancos credores: Itaú BBA, Bradesco, Banco do Brasil, Santander, HSBC e ABC Brasil. Após a prisão dos executivos de construtoras dentro da Operação Lava, entre eles o próprio Ricardo Pessoa, os bancos se tornaram rígidos com o setor, conforme destaca matéria da Agência Estado.
O desafio, no caso da UTC, está ligado diretamente à capacidade de pagamento dos cerca de R$ 1,6 bilhão, entre dívidas bancárias e debenturistas – cerca de R$ 800 milhões são de curto prazo.
A RK fará o planejamento financeiro, tentando alongar o prazo da dívida o máximo possível – por cinco, seis até sete anos – e prevendo antecipações de parcelas em caso de venda de ativos.
A estratégia é: todos os ativos que sejam interessantes podem ser postos à venda. A prioridade será negociar os menos estratégicos, como os imóveis. Mas o pacote também inclui a venda de participações em grandes empreendimentos, como a do Aeroporto de Viracopos, em Campinas, e a da Linha, na Linha 6 do metrô da capital paulista e até de ativos com problemas como o estaleiro Enseada.
E há mais notícias desanimadoras: os balanços de 2014 publicados pela empresa, em maio, mostram que receitas previstas podem não se concretizar. As ressalvas são dos auditores. A construtora, por exemplo, registra R$ 764 milhões a receber de clientes, quase 95% concentrado na Petrobras. A UTC dá o recebimento como certo, mas para a auditoria ele “dependente de eventos e decisões futuras e podem ocorrer reflexos diferentes destes considerados pela administração”.
Outro ponto preocupante é que o balanço de 2014 informa não haver irregularidades em relação à Operação Lava Jato. Mas o cenário mudou com a delação de seu presidente e terá efeito financeiro.
(Com Agência Estado)
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