El País destaca “inferno astral” e dilema entre o futuro e o presente da Petrobras

Jornal espanhol ressalta que a companhia possui um futuro brilhante, mas que é ofuscado por presente turbulento; reajuste de combustíveis é ponto crucial

Lara Rizério

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SÃO PAULO – Após a divulgação dos resultados do quarto trimestre, que desanimaram por mostrar aumento do endividamento e sem novidades em relação ao reajuste de preços de combustíveis, a Petrobras (PETR3;PETR4) foi destaque na imprensa internacional. 

Em duas reportagens publicadas pelo jornal El País, a repórter Carla Jímenez destacou a atual situação da petrolífera, que possui um futuro encantador, mas enfrenta um presente com muitas turbulências e procura assim sair do “inferno astral”. 

A reportagem destaca que não há dúvidas de que a Petrobras é “brilhante” e que está construindo com esmero as bases do seu futuro, com investimentos em inteligência e inovação, estando à frente até mesmo das principais concorrentes, como a mexicana Pemex. 

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O potencial de barris de petróleo saltam aos olhos até dos mais desconfiados, ressalta a reportagem, mas o seu dilema deve mantê-la “na fronteira da eficiência e da desconfiança por algum tempo”. O El País ouviu especialistas, que destacaram nã haver dúvidas sobre a viabilidade dos projetos. 

Um dos especialistas ouvidos pela reportagem destaca que há uma avaliação desproporcional sobre os rumos da companhia. “Ao mesmo tempo em que há empenho para construir as bases da produção, há um esforço enorme para desconstruí-la do ponto de vista político”, ressaltou o professor titular de estruturas oceânica da Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa de Engenharia (Coppe), da Universidade Federal do Rio de Janeiro. 

A perda de valor de mercado é um terreno fértil para os adversários, enquanto a recente polêmica sobre um possível recebimento de propina de funcionários da holandesa SBM Offshore para fechar negócios com a empresa brasileira também reforça a desconfiança com a Petrobras.

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Um outro consultor, Jean Paul Prates, da consultoria Expetro, destacou que há um certo exagero na leitura da companhia, ressaltando que as pessoas falam mal, mas ninguém vaticina o fracasso. 

Dificuldade achar seu rumo
Outra reportagem, desta vez de Carla Jiménez com Frederico Rosas, destaca a batalha da Petrobras para sair do “inferno astral”, também ressaltando o cenário de desconfiança frente a companhia após a divulgação do balanço. 

A reportagem destaca a dificuldade da companhia para encontrar “o caminho do gol”, o que tem castigado fortemente o valor das ações, que passou de R$ 30 há três anos e passou para R$ 13. 

E, para sair da enxurrada de problemas que se encontra, a companhia pode seguir três rumos: aumentar produção, ganhar eficiência e o reajuste de combustíveis. Os dois primeiros são de maior controle da companhia, mas o terceiro ponto é o mais sensível, uma vez que se trata de um projeto de controle da inflação pelo governo. Ao mesmo tempo, a presidente Dilma Rousseff não poderia deixar um de seus maiores trunfos perder fôlego no mercado. 

O problema é combinar as necessidades do governo com a impaciência dos donos do dinheiro, que garantem a valorização das suas ações”, destacou a reportagem. Neste sentido, o aumento dos preços da gasolina e diesel ganha uma importância “capital”. Por outro lado, essa medida sozinha pode ser insuficiente: a companhia também precisa vender mais ativos. 

A estatal tem se esforçado para mostrar resultados concretos e assim quebrar o seu “ciclo vicioso”, ressalta a publicação. Contudo, o cenário que se desenha é complicado. 

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Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.