Editoriais dos principais jornais brasileiros criticam rumos da Petrobras

Jornal O Estado de S. Paulo diz que empresa paga preço "devastador" por interferências políticas, enquanto O Globo lembra que a estatal tem obrigações com o mercado

Paula Barra

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SÃO PAULO – O resultado de 2012 fez as ações e os acionistas da Petrobras (PETR3; PETR4) sofrerem no último pregão: os papéis ordinários fecharam no menor patamar desde 2005. O pessimismo, contudo, não foi em vão. Com um lucro de R$ 21,18 bilhões no ano passado – o mais baixo em oito anos -, a empresa vem mostrando ao mercado uma sequência de estragos e medidas desastrosas adotadas nos últimos períodos.

Os principais jornais do País reportaram nesta manhã seus temores com os números da estatal, que sofreram com várias paralizações de plataformas para manutenção no primeiro semestre do ano, o que ajudou a reduzir a produção e receita, além da falta de reajustes nos preços dos combustíveis – um dos principais motivos do descontentamento dos investidores com o governo. 

O mau resultado no balanço da Petrobras estava previsto, mas nem por isso causa menos apreensão, destaca o editorial da Folha de S. Paulo, que lembra que a sequência ruim de resultados vem de longa data. “A tarefa será árdua”, resume.

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Desde o ano passado, quando assumiu o comando, a presidente da Petrobras, Maria das Graças Foster, vem tentando corrigir o rumo da empresa. Mas a interferência nos preços permanece, os reajustes são insuficientes e a geração de caixa continua prejudicada. 

Já o jornal O Estado de S. Paulo, com um discurso mais pesado, diz em seu editorial que “a Petrobras paga um preço devastador pela sujeição aos interesses político-partidários do Palácio do Planalto”.

Eles alertam que a empresa possui investimentos mal planejados, orientação ideológica, loteamento de cargos e controle de preços de combustíveis, que desviam a empresa de seus objetivos centrais. “Os danos impostos à companhia são parte da herança desastrosa deixada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva à sua sucessora”, completa o Estado de S. Paulo.

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No editorio do O Globo, o jornal lembra que a empresa nunca fez parte dos planos de privatização, mas que mesmo assim ela não é puramente estatal. Com parte considerável das ações nas mãos do mercado, o jornal alerta que a empresa tem obrigações com o mercado. “Não fosse assim, seu capital deveria ser fechado, para que pudesse prestar contas somente à União”, critica.

A atividade da companhia é vital para a economia brasileira, ao responder por 95% da produção nacional de petróleo e deter o controle das onze unidades de refino que fornecem grande parte dos combustíveis e demais derivados consumidos no País.

A presidente da Petrobras assumiu o cargo com a missão de recuperar a estatal, numa atuação que vem de fato mostrando mais transparência ao mercado. Agora, está nas mãos de Graças Foster está árdua tarefa de consolidar um novo estilo de administração, moldado segundo objetivos típicos de uma empresa de energia. 

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